DO
ÚLTIMO DIA.
O
homem, no último dia, abatido em seu horto,
Sente
o extremo pavor que a morte lhe revela;
Seu
coração é um mar que se apruma e encapela,
No
pungente estertor no peito quase morto.
Tudo
o que era vaidade, agora é desconforto,
Toda
nau da ilusão se destroça e esfacela
Sob
as ondas fatais da indômita procela,
Do pobre
coração, que é naufrago sem porto.
Somente
o que venceu nesse mundo mesquinho,
Conservando
Jesus por verdade e caminho,
Rompe
a treva do abismo enganoso e perverso!
Onde
vais, homem vão? Cala em ti tudo alarde,
Foge
dessa tormenta antes que seja tarde;
Só
Jesus tem nas mãos o farol do Universo.
- ALBERTO
DE OLIVEIRA.
Fluminense,
nascido em Palmital de Saquarema, em 1859, e falecido em Petrópolis em 1937.
Farmacêutico, dedicou-se principalmente ao Magistério. Membro fundador da
Academia Brasileira de Letras, parnasiano de escol, foi tido como Príncipe dos
Poetas de sua geração.
Fonte:
PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de
Janeiro RJ - 1935.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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