– VOZES DOS ESPÍRITOS.
“Eles
ouvem a voz dos Espíritos; como dissemos, falando da pneumatofonia, algumas
vezes é uma voz íntima que se faz ouvir no foro interior; de outras vezes é uma
voz exterior, clara e distinta como uma pessoa viva.” (O Livro dos Médiuns –
Segunda Parte – Cap. XIV)
Raros
são os médiuns auditivos que escutam a vos dos Espíritos, de forma “clara e
distinta como a de uma pessoa viva”. Esse fenômeno, quando acontece,
assemelha-se ao da voz direta e portanto, quase estaria nos domínios das
manifestações físicas, embora a voz do espírito seja modulada, para que a sensibilidade
auditiva desses médiuns e maior do que nas demais pessoas.
Dificilmente
se encontrará alguém que ainda não captpu uma voz como que “saída do nada”,
mormente quando se desperta no meio de um sonho. Por vezes, têm-se a nítida
impressão de estar-se ouvindo conversar no quarto de dormir, ao lado da cama.
De
outras vezes, andando-se nas ruas, ouve-se ser chamado pelo nome e não se sabe
por quem, ou batidas insólitas na porta da casa em que se mora, a qual, uma vez
descerrada, não revela nenhuma presença física...
Encontraremos,
porém, um maior contingente de médiuns auditivo que registram, intimamente, as
vozes dos Espíritos. Esses medianeiros, habitualmente, julgam ouvir a vós da
consciência.
O fenômeno
é tão sutil, que passa despercebido.
Para que
as pessoas portadoras de gênero de mediunidade possam ouvir a voz dos Espíritos,
devem aprender a distingui-la de seus próprios pensamentos, o que se consegue
com o tempo.
A
tentação, por exemplo, pode manifestar-se pela audição de forma sub-reptícia.
É
comum o homem ouvir como que uma voz imperiosa ordenando-lhe cometer certos
desatinos. Os internos dos hospitais psiquiátricos chegam a tapar os ouvidos
com as mãos (ou os olhos, no caso da obsessão visual), mas isso seria como que
tentar agarrar uma sombra...
Quantos
não são induzidos ao suicídio dessa maneira?
Para
distinguir os seus pensamentos dos pensamentos dos Espíritos, o médium precisa
calar-se interiormente, aprender a silenciar.
Para
melhor entendimento, poderíamos figurar o pensamento dos Espíritos como sendo
uma ideia que, paulatinamente viesse à tona do cérebro do médium, emergindo dos
seus próprios pensamentos, semelhante ao nadador que se impulsiona para a
superfície da água, procurando oxigênio puro, depois de demorado mergulho...
Sócrates
ouvia dentro de si mesmo uma voz que atribuía ao seu gênio, ou seja, ao Espírito
que os gregos acreditavam guiar os passos do seu protegido na Terra.
Joana
d’Arc foi condenada a fogueira por testemunhar as vozes dos Espíritos que nunca
a abandonaram.
O rei
Saul, das páginas do Antigo Testamento, era atormentado por vozes que apenas se
calavam quando Davi fazia soar a harpa.
Os
Espíritos conversam com os homens mais do que os homens conversam com os próprios
homens, mas a verdade é que os homens, de maneira geral, não estão preparados
para ouvi-los.
Para
o pensamento, não existem fronteiras.
Se a
Ciência já admite a telepatia entre os encarnados, por que ela não seria possível
entre os homens e os Espíritos, desde que se creia na sobrevivência da alma?
O
barulho interior, mais do que o barulho exterior, é que impede as pessoas de
ouvir as vozes de além-túmulo...
Fonte: Livro Mediunidade e
Doutrina - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 1o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP - 1990.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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