CARTA LIGEIRA.
Meu Lasneau, não é brilhante,
Não é ofício, nem ata.
É o coração que desata
Meus pesares num brilhante.
I
Lasneau amigo, esta choça,
Onde a carne, breve, passa,
Cheia de lama e fumaça,
É minúscula palhoça.
A Terra, ante o sol da Graça,
É feio talhão da roça,
Defendendo por balda nossa
Descrença, guerra e cachaça.
Agora é que entendo isso,
Mas é triste a fé sem viço
Que o sepulcro impõe à pressa...
Espere sem alvoroço,
Além da prisão de osso,
A vida real começa.
ALFREDO NORA
Alfredo José dos Santos Nora nasceu em 18 de novembro de 1881, no município de Piraí, Estado do Rio, e desencarnou em 13 de novembro de 1948. Depois de estudar engenharia até ao 4 º ano de curso, tornou-se funcionário da central do Brasil, aposentando-se como Agente de 1ª classe. Poeta e jornalista, colaborou em várias revistas e jornais.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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