VIDA
E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.
17 º. Parte.
Apesar de convencido da verdade do Espiritismo, eu nunca
tinha assistido, nem tentado assistir a qualquer trabalho experimental,
confirmativo sequer da comunicação dos Espíritos.
Tendo sido atacado de dispepsia, que me reduziu a um
estado desesperador, sem que me tivesse proporcionado o menor alívio a medicina
oficial, apesar de ter eu recorrido aos mais notáveis médicos desta capital,
resolvi, depois de um sofrimento de cinco anos, recorrer a um médium receitista
em quem muito se falava, o Sr. João Gonçalves do Nascimento.
Eu não acreditava nem deixava de acreditar na medicina
medianímica, e confesso que propendia mais para a crença de que tal médium era
um especulador.
Em desespero de causa, porém, eu recorria a ele, mesmo
que soubesse ser um curandeiro.
Tentava um recurso desesperado, e fazia uma experiência,
que eu tomasse todas as cautelas, para que ela pudesse me dar uma convicção
fundada.
Combinei com o Dr. Maia Lacerda, completamente
desconhecido do tal médium, ser ele que fizesse pessoalmente a consulta,
recomendando-lhe que assistisse ao trabalho do médium, enquanto este
escrevesse, e pedisse-lhe o papel, logo que acabasse de escrever; porque bem
podia ter ele um médico hábil, por de trás do reposteiro, que lhe arranjasse
aquelas peças.
É verdade que um médico, não sabendo de quem se tratava,
visto que só se dava ao médium o nome de batismo e a idade dos consulentes, não
podia adivinhar-lhe os sofrimentos, mas, em todo o caso, eu queria ter certeza
de que era exclusivamente do médium, homem completamente ignorante de medicina.
O Dr. Lacerda fez como lhe recomendei, e trouxe-me o que,
a meu respeito, escreveu o médium, que não podia reconhecer-me por meu nome
próprio, “Adolfo”, não só porque há muitas pessoas com este nome, como porque
sou conhecido como Bezerra de Menezes, e bem poucos dos que não entretém
relações íntimas comigo sabem que me chamo Adolfo.
Tomei o papel que dizia:
“O teu órgão meu amigo (era o Espírito que falava ao
médium), não é suficiente para satisfazer este consultante, em vista das circunstâncias
de sua elevada posição social (eu era membro da Câmara dos Deputados) e
principalmente de sua proficiência médica.
“Entretanto, como não dispomos de outro, faremos com ele
o mais que pudermos.
“Vejo no organismo do consultante...”; seguia-se uma
descrição minuciosa de meus sofrimentos e suas causas determinantes, tão exatos
aqueles, quanto perfeitamente fisiológico estas.
Não posso descrever o abalo que me produziu este fato
estupendo!
Segui o tratamento espírita, e o que os mestres da
Ciência não conseguiram em cinco anos, Nascimento obteve em três meses.
Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES” -
SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto
de 1978.
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