O MÉDIUM E O ESPIRITISMO.
A mediunidade
está ligada, de certa maneira, à doutrina dos Espíritos, por ser o instrumento
pelo qual se sustenta essa filosofia religiosa, de conseqüências científicas.
Quando se fala em Espiritismo, lembra-se imediatamente da mediunidade. São duas
forças inseparáveis. A doutrina dos Espíritos surgiu pelos fenômenos dos dons
espirituais, analisados e testados, e colocados à luz pelos mais cultos
Espíritos da época, fazendo com que se cumprisse a profecia de Jesus, citada em
João, capítulo catorze, versículo dezesseis:
E eu rogarei ao
Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco.
De fato, enviou o Consolador, sob a forma de uma doutrina, por um dos seus
discípulos mais lúcidos no entendimento das leis espirituais. E esse Consolador
não veio somente na forma de consolar, mas trouxe a misericórdia de instruir
também, mostrando à humanidade o mesmo cristianismo primitivo, com o mesmo
perfume espiritual do Cristo de Deus.
A doutrina dos
Espíritos veio igualmente valorizar a mediunidade, colocá-la no mais alto
esplendor da função de um ministério: o de fazer materializar-se junto aos
homens as mais belas páginas de moral filosófica e mesmo científica, que antes
estavam ocultas pela ignorância dos próprios homens. Podemos considerar que,
com o advento do Espiritismo no mundo, registraram-se chuvas e mais chuvas de
livros mediunicos, que ora percorrem muitas nações levando a palavra de vida,
senão a palavra de Deus, a todas as criaturas, como o Evangelho manifestado na
mais intensa luz de amor e de caridade.
O médium
desligado da Doutrina Espírita está sujeito ao desvio da sua missão, por não
encontrar as bases da sua formação mediunica e ser influenciado pelas sutilezas
das trevas, como já aconteceu com vários deles. Mesmo sendo animados por bons
sentimentos, faltava-lhes o conhecimento das obras que se estenderam, por favor
do Cristo, como escola dos primeiros saberes, onde poderiam formar o caráter
dos intermediários dos Espíritos. O Espiritismo é, pois, a árvore e os médiuns
são os seus galhos. Por lei, não devem estar separados, para que os frutos se
consolidem na eternidade do amor. E desses galhos poderão nascer outros, sob o
empuxo do progresso. As lições da doutrina são contínuas; não pode haver
interrupção nelas, por serem de caráter evolutivo, trazendo luz para os homens,
de acordo com o progresso dos mesmos.
Se és médium,
deves escutar e atender os convites dessa doutrina, que reuniu várias
experiências em livros e aprendeu através do tempo a consolidar múltiplos
conselhos em favor dos seus profitentes. E os Espíritos encarregados desse
Consolador prometido pelo Cristo cumprem a vontade do Senhor, mandando lições
imortais por intermédio dos dons mediúnicos, para consolação e instrução da
humanidade.
O pastor nunca
abandona suas ovelhas. Jesus está à frente do Evangelho redivivo, que deverá
ser restaurado em toda a parte para todas as criaturas, manifestando o reino de
Deus, a terra da promissão, vista e visualizada por Moisés.
A
Doutrina Espírita, tornamos a dizer, é um gigante de luz, como um sol magnético
que deverá absorver todos os sistemas filosóficos e religiosos, selecionar suas
diretrizes, limpar suas metas e, fundindo todos, transformará tudo em um mar de
sabedoria, um só campo onde todas as ovelhas poderão pastar juntas o alimento
do amor, e todos os pastores entregarão seus bastões a Cristo, como o único
Pastor de todo o rebanho.
Eis o fim das provações humanas e o
princípio da felicidade na Terra. O Espiritismo é uma doutrina diferente,
porque não impõe seus conhecimentos. Ele espera a maturidade dos companheiros,
nada teme, por saber que a verdade não é temerosa e quem está no leme dos
destinos da humanidade é Nosso Senhor Jesus Cristo, que nunca falhou, nem sairá
dos caminhos de Deus. Toda agremiação espírita deve ser uma escola onde não
faltem livros e aulas, esclarecimentos e trabalhos, o cultivo da prece e a cura
dos enfermos. Cristo nos pede que nos demos as mãos, fracos e fortes, doentes e
sadios, pobres e ricos, intelectuais e ignorantes, santos e párias, na
manifestação do amor, para que a fraternidade se estenda por toda a parte,
provando, assim, que aprendemos o que Ele nos ensinou.
E bom que o
médium escute: se tens o dom da palavra, ajuda aos que sofrem, falando com eles
da bondade de Deus e da misericórdia de Jesus, da intervenção dos Espíritos e
da manifestação dos mesmos em todas as atividades humanas. Se tens o dom da
alegria pura, faze com que ela seja uma fonte onde todos os desesperados bebam,
sem que a exigência atrapalhe suas faculdades. Se te compadeces dos que sofrem
a fome e a nudez, trabalha por eles, com o dom da caridade, porque ela sempre
se manifesta através do amor. Se a tua mediunidade é escrevente, escreve em
nome de Deus, consolando e instruindo as criaturas e, nesse seguimento, não
deves parar. Avança com todas as faculdades que possuíres para a paz e a saúde
de todos os seres, que é assim que podemos registrar a volta do Senhor nas
nuvens dos corações, a nos dizer:
Estou feliz por
amar eles a todos como eu vos amei.
E o instrumento
dessa renovação espiritual pode será mediunidade, mas ligada ao Espiritismo,
dirigido por Cristo.
Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado
por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG,
- 1998..
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