Eu
mesmo estou a ignorar se posso
Chamar-me
ainda o Emilio de Menezes,
Procurando
tomar o tempo vosso,
Recitando
epigramas descorteses.
Como
hei de versejar? Rimas em osso
São
difíceis... contudo, de outras vezes,
Eu
sabia rezar o Padre-Nosso
E
unir meus versos como irmãos siameses.
Como
hei de aparecer? O que é impossível
É
ser um santarrão inconcebível,
Trazendo
as luzes do Evangelho às gentes...
Sou
o Emilio, distante da garrafa,
Mas
que não se entristece e nem se abafa,
Longe
das anedotas indecentes.
Emílio de Menezes
POETA brasileiro, nascido em Curitiba, em 1866, e
desencarnado no Rio de Janeiro em 1918. Musa vivacíssima e fulgurante, sem
deixar de ser profunda, era sobretudo ativamente humorística.
Legou-nos Poemas da Morte, 1901, e Poesias, 1909, além
de Mortalhas, versos satíricos postumamente colecionados. Distinguiu- se pela
altaneza dos temas, quanto pela opulência das rimas.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
AUTORES DIVERSOS. - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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