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sábado, 3 de março de 2018

- POEMAS ESPÍRITAS. -PARNASO DE ALÉM TUMULO. - EU MESMO. - EMÍLIO DE MENEZES. (CHICO XAVIER.)


                                        EU MESMO.

Eu mesmo estou a ignorar se posso
Chamar-me ainda o Emilio de Menezes,
Procurando tomar o tempo vosso,
Recitando epigramas descorteses.

Como hei de versejar? Rimas em osso
São difíceis... contudo, de outras vezes,
Eu sabia rezar o Padre-Nosso
E unir meus versos como irmãos siameses.

Como hei de aparecer? O que é impossível
É ser um santarrão inconcebível,
Trazendo as luzes do Evangelho às gentes...

Sou o Emilio, distante da garrafa,
Mas que não se entristece e nem se abafa,
Longe das anedotas indecentes.

Emílio de Menezes

POETA brasileiro, nascido em Curitiba, em 1866, e desencarnado no Rio de Janeiro em 1918. Musa vivacíssima e fulgurante, sem deixar de ser profunda, era sobretudo ativamente humorística.
Legou-nos Poemas da Morte, 1901, e Poesias, 1909, além de Mortalhas, versos satíricos postumamente colecionados. Distinguiu- se pela altaneza dos temas, quanto pela opulência das rimas.

            Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - AUTORES DIVERSOS. - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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