O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO XV.
DOS MÉDIUNS
MÉDIUNS
INTUITIVOS
180.
A transmissão do
pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua
alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre,
neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a
guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica. A alma, sob esse impulso,
dirige a mão e esta dirige o lápis. Notemos aqui uma coisa importante: é que o
Espírito livre não se substitui à alma, visto que não a pode deslocar.
Domina-a, mau grado seu, e lhe imprime a sua vontade. Em tal circunstância, o
papel da alma não é o de inteira passividade; ela recebe o pensamento do
Espírito livre e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que
escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento. É o que se chama médium intuitivo.
Mas, sendo assim, dir-se-á, nada prova seja um Espírito estranho
quem escreve e não o do médium. Efetivamente, a distinção é às vezes difícil de
fazer-se, porém, pode acontecer que isso pouca importância apresente. Todavia, é
possível reconhecer-se o pensamento sugerido, por não ser nunca preconcebido;
nasce à medida que a escrita vai sendo traçada e, amiúde, é contrário à idéia
que antecipadamente se formara. Pode mesmo estar fora dos limites dos conhecimentos
e capacidades do médium.
O papel do médium mecânico é o de uma máquina; o médium
intuitivo age como o faria um intérprete. Este, de fato, para transmitir o
pensamento, precisa compreendê-lo, apropriar-se dele, de certo modo, para
traduzi-lo fielmente e, no entanto, esse pensamento não é seu, apenas lhe atravessa
o cérebro. Tal precisamente o papel do médium intuitivo.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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