VIDA
E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.
69 º.
Dizia Mantegazza que “todo escritor
que molha a pena no tinteiro, não para sacar letras de câmbio sobre a bolsa dos
leitores, mas para fazer da pena um porta-voz dos seus afetos e dos seus
pensamentos, é sempre apóstolo de uma idéia ou de uma forma estática, e, quando
escreve, sente palpitar o coração na santa impaciência de ser escutado, na
fagueira esperança de ser compreendido”.
Bezerra, ao escrever, só tinha em mira despertar os
homens para as grandes verdades divinas, habilitando-os a se sentirem sempre
confiantes na misericórdia do alto e a trabalharem com honestidade e amor!
Nota-se, em seus artigos, o propósito de mostrar que a
chave da justiça divina está precisamente nas vidas sucessivas, a fim do homem
capacitar-se da responsabilidade de seus atos, ações e pensamentos, cujas
conseqüências se farão sentir não só em suas vidas de além túmulo, se não
também em suas vindouras e necessárias encarnações na Terra.
Além
dessa tese, focaliza ele, com grande propriedade e justeza de argumentação, os
dogmas do Inferno e das penas eternas, mostrando, à sociedade, a
insubsistências dos mesmos, por serem verdadeiras contradições à justiça,
bondade e misericórdia de nosso Criador.
Através dos artigos que dominicalmente publicou nas
colunas de O Paiz, fez ele alentado estudo a respeito da cosmogonia católica e
espírita, esgotando o assunto.
É uma peça de fôlego, em que MAX põe em evidência os seus
vastos conhecimentos gerais. Escalpela, com o bisturi da razão, e do bom senso,
as incongruências, as intromissões humanas, adredemente preparadas para
desfigurarem o pensamento de Jesus, a bem de interesses subalternos.
Possuía ele esse bom-senso de Allan Kardec, bem como a
sua maneira didática de tratar os assuntos, sempre com clareza e concisão.
Esses artigos, em geral, foram escritos a pressa, ao
saber das oportunidades, sem obedecer, é óbvio, a um plano preestabelecido.
Vários deles são, mutatis mutandis, repetições, por assim dizer, de outros
anteriormente publicados, em respostas à criticas à nossa Doutrina e aos
ataques feitos pelo clero católico, etc.
E essas suas palavras doutrinárias, esses seus conselhos,
afirmativas e advertências ainda ressoam na alma de todos os espiritistas do
Brasil.
Fonte:
- Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES”, - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª.
Edição – Editora FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.
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