CAPÍTULO III.
MÉTODO.
28.
Entre aqueles que um estudo direto convenceu pode-se distinguir:
1º.
Os que creem pura e simplesmente nas manifestações. O espiritismo é para eles
uma simples ciência de observação, uma série de fatos mais, ou menos, curiosos;
nós os chamaremos espíritas experimentadores;
2º.
Os que veem no espiritismo outra coisa além dos fatos; compreendem a sua parte
filosófica e admiram a moral que dele decorre, mas não a praticam. Sua influência
sobre o seu caráter é insignificante ou nula; não mudam nada em seus hábitos e
não se privariam de um só prazer; o avaro é sempre de uma avareza sórdida, o
orgulhoso pleno de si mesmo, o invejoso e o ciumento sempre hostis; para eles a
caridade cristã não é senão uma bela máxima; são os espíritos imperfeitos;
3º. Os
que se contentam em admirar a moral espírita, mas a praticam e aceitam todas as
suas consequências. Convencidos de que a existência terrestre é uma prova
passageira, esforçam-se por aproveitarem seus curtos instantes caminhando na única
via de progresso que os pode elevar na hierarquia do mundo dos Espíritos, esforçando-se
por fazer o bem e repremir suas más tendências; suas relações são sempre
seguras, porque sua convicção os distancia de todo pensamento do mal. A
caridade, em todas as coisas, é a regra de sua conduta: são os verdadeiros espíritas,
ou melhor, os espíritas cristãos.
4º. Há,
enfim, os espíritas exaltados. A espécie humana seria perfeita se não tomasse
sempre senão o lado bom das coisas. O exagero nocivo em tudo; em Espiritismo, dá
uma confiança muito cega e, frequentemente, pueril nas coisas do mundo invisível,
e leva a aceitar, muito facilmente e sem controle, o que a reflexão e o exame
demonstrariam a obscuridade ou a impossibilidade; mas o entusiasmo não se
reflete, deslumbra. Essa espécie de adepto é mais nociva do que útil à causa do
Espiritismo; são os menos apropriados a convencer, porque desconfia-se com razão,
do seu julgamento; são enganados de boa-fé, seja por espíritos mistificadores,
seja por homens que procuram explorara a sua credulidade. Se devessem suportar
sozinhos as consequências, não haveria senão meio-mal; o pior é que dão, sem o
quererem, armas aos incrédulos que procuram antes as ocasiões de zombar do que
se convencer, e não deixam de imputar a todos o ridículo de alguns. Isso sem dúvida,
não é justo nem racional; mas, sabe-se, os adversários do Espiritismo não
reconhecem senão sua razão como sendo de bom quilate, e conhecer a fundo aquilo
do que falam é o menor dos seus cuidados.
Fonte: O Livro dos Médiuns - Allan Kardec - 18 º edição -
Abril de 1991, Editora Instituto de difusão Espírita de Araras, SP.
RHEDAM.
(rhedam@gmail,com)
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