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terça-feira, 16 de outubro de 2012

- EVANGELHO NO LAR. - O EVANGELHO NO LAR. - HELOÍSA PIRES.


                                         O EVANGELHO NO LAR.

            A importância do Evangelho no Lar, como fator de elevação espiritual, é bem conhecida.
            Tenta-se desenvolver em alguns meios espíritas, a ideia de que, tal prática, em nada beneficiara o progresso espiritual do homem e que seria, apenas um ritual.
            Nesse caso, faríamos como os adolescentes imaturos, que rejeitam o auxílio dos mais velhos. Atitude infantil, semelhante aos que, na Revolução Francesa, tentaram substituir os santos por uma bailarina de ópera. Tal ideia não se justifica só porque alguns utilizam o Evangelho de modo irracional, da mesma maneira com que lidava com a Bíblia.
            Negar a importância do Evangelho tão bem descrita em “Obras Póstumas”, é negar o seu valor como elemento propulsor de elevação espiritual. É negar competência ao pedagogo Kardec e à equipe do Espírito de Verdade. Se existem mal-entendidos, esses devem ser corrigidos de forma racional, e não negando todo o valor a uma obra cujo valor não poderíamos sequer aquilatar.
            Muitos se servem do Evangelho, como outrora da óstia e das orações decoradas. Mas, devido à incompreensão de alguns espíritas, não podemos destruir a obra do Espírito de Verdade. Os Espíritos sempre disseram a Kardec que o Evangelho seria um livro de suma importância, não só para a Doutrina, mas para o desenvolvimento espiritual de todos os que dele se assenhoreassem e pusessem em prática.
            Entendendo o Espiritismo como a síntese do processo do conhecimento nas páginas do Evangelho encontramos a síntese de todo um processo educacional a que o homem aspira. As palavras do nosso irmão mais velho. Jesus, são aí explicadas precisamente para auxiliarem o homem na sua caminhada para Deus. As experiências e as histórias de alguém que caminhou mais, e vem nos indicar o rumo certo para a conquista da paz interior, estão no Evangelho. Não podemos abandonar as aquisições de ordem moral e intelectual dos que nos precederam. Isto seria voltar às leis da selva.
            Os ensinamentos de Sócrates, Platão, Zoroastro e outros grandes vultos que nos antecederam, são valiosos. Entre eles surge a figura de nosso querido Irmão Jesus, que não só pregou como exemplificou, a atitude desejável para os que se dizem racionais. Negar valor às suas palavras, seria assemelhar-nos aos adolescentes que se voltam contra os pais para destruí-los.
            O Evangelho é um instrumento precioso de libertação do homem do visco da matéria. É inútil queremos nos comportar como as crianças zangadas e birrentas, que gritam que não precisam de ninguém para se conduzirem. Todos precisamos uns dos outros. Ninguém caminha sozinho. A Humanidade é um exemplo de uma grande corrente, cujos elos se fizeram os acúmulo de experiências passadas. Jesus nos trouxe regras preciosas que muito nos facilitarão a caminhada por este orbe, ao mesmo tempo que nos assegurarão um futuro espiritual feliz.
            Se neste século respeitamos Jung, Freud e outros que engatinham, acertando e errando em busca de diretrizes que auxiliem o homem, por que nos traz as experiências de Jesus? É nesse sentido que o Evangelho deve ser considerado. E por que fazer o Evangelho no Lar? Porque será a forma mais prática de estudar em conjunto, as palavras do maior filósofo e psicólogo de todos os tempos. O modo mais simples e, portanto, mais fácil de nos desembaraçar de muitas dificuldades. É o momento de sintonia com os nossos irmãos espirituais que adquirem enormes experiências ao longo de suas existências terrenas e que nos serão de muita valia. É a hora da nossa elevação em pensamentos que nos confortam e aprimoram. Nessa hora até os materialistas se genuflexam, interiormente. Por que negar, então, a importância desses momentos em que a família se reúne para pensar bem? É tão horrível acatar os ensinamentos de Jesus? Será proibido reunirmos-nos para meditar sobre o que ele nos ensinou e exemplificou, se reconhecemos a importância de estudar as palavras dos que eles ensinaram, por que não agirmos da mesma maneira com relação aos ensinamentos do Mestre?
            A prece nos liga, em pensamento, com os nossos irmãos desencarnados. Esta ligação se estabelece de forma mais viável, quando aquietamos o coração, e ouvimos nossas vozes interiores. Sem rituais, nem posturas especiais ou palavras decoradas, a família se reúne para meditar nos seres espirituais que todos somos, é uma hora linda de calma e de amor. Foi com um homem culto, que era contra qualquer ritual, contra tudo que impedisse o homem de crescer, que aprendi a dar valor ao Evangelho no Lar, com meu pai (Prof., Espírita, Filósofo, José Herculano Pires). Ele nos ensinou a elevarmos o pensamento de agradecimento a Deus, e depois a lermos, meditarmos e compreendermos as palavras de Jesus. O Evangelho no Lar une os corações e nos integra, de forma elevada, no mundo onde nos encontramos. As leis de Deus são por nós melhor compreendidas. O Evangelho No lar nos possibilita o auxílio aos nossos irmãos desencarnados que se acham, ainda, presos à vida material por falta de orientação.
             
                                                                                Heloísa Pires.

            Fonte: Livro “Educação Espírita” - Heloisa Pires - Editora Paidéia.
            (Revista Informação - No. 181 - dezembro de 1991.)

                                   RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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