DIANTE
DA TERRA.
Fugindo
embora à paz de eternos dons divinos,
Sem
furtar-se, porém, que à luta que aprimora,
O
Homem é o semeador dos seus próprios destinos,
Ave
triste da noite, esquivando-se à aurora...
Em
derredor da Terra, estrelas cantam hinos,
Glorificando
a luz onde a Verdade mora,
Mas
no plano da carne os impulsos tigrinos
Fazem
a ostentação da miséria que chora!
Necessário
vencer nos vórtices medonhos,
Santificar
a dor, as lágrimas e os sonhos,
Do
inferno atravessar o abismo ígneo e fundo,
Para
ver a extensão da noite estranha e densa,
Que
os servos da maldade e os filhos da descrença
Estenderam,
sem Deus, sobre a fronte do mundo!...
EDMUNDO
XAVIER DE BARROS.
Edmundo
Xavier de Barros, Filho de Pacífico Antônio Xavier de Barros, nascido em 1861,
no Estado de Goiás. Desencarnou no Distrito Federal, como capitão da arma da
Cavalaria, em 17 de janeiro de 1905. Foi poeta e desenhista notável
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO
- CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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