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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

- ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. - AULA Nº. 17. - MÉDIUNS E MEDIUNIDADE. - ANEXO N º. 250. - MEDIUNIDADE SEM ALARDE. - MIRAMEZ. (JOÃO NUNES MAIA.)





MEDIUNIDADE SEM ALARDE.

O coração nos convida para o trabalho sem alardear o que estamos fazendo, principalmente quando se trata da caridade cristã. Estejamos convictos de que o Bem, onde quer que seja, já mostra o seu próprio valor, sem precisar das nossas ostentações, comandadas pela vaidade.
A Doutrina Espírita nasceu do cristianismo, depois dele percorrer muitas nações, esperando muitos séculos. A espera não era para a sua maturidade e sim para a dos homens, de modo que pudessem suportar os conceitos na limpidez dessa filosofia extraordinária, que oferece às criaturas humanas os meios seguros para sua própria libertação. Jesus volta à Terra sob a forma de uma doutrina para relembrar-nos tudo o que havia dito há quase dois mil anos sobre o amor.
Não nos causa admiração o fato de encontrarmos um médium que sinta prazer de vangloriar-se pelo que faz de bom aos outros. É preferível assim do que fazer o mal. No entanto, é bom que se aprenda a trabalhar na ordem do Bem sem os estigmas da exibição, para que não se perca a afinidade com a verdadeira educação dos sentimentos. Estamos em uma escola que se divide em vários cursos de aperfeiçoamento. Existem alunos que nunca alardeiam o que fazem em favor do próximo, no entanto, sentem prazer quando alguém fala sobre o que fizeram, estimulam os companheiros para falarem das suas obras de caridade e não gostam quando se fala que o Bem é um dever moral de quem o faz. São reações de inferioridade, são conflitos causados pelos condicionamentos anteriores.
A presunção é um mal que tem a capacidade de desvalorizar o amor que começa a nascer no coração. O Espírito deve lutar para extirpá-la do seu mundo interno, convidando as virtudes para o grande acampamento na consciência. Sejamos vigorosos na luta de cada dia, aquela luta que marca a nossa renovação em Cristo. O alardeador engana a si mesmo, porque se ele entregasse as suas boas ações no silêncio, seria melhor conhecido e nunca antipatizado.
Confere o que estás fazendo com a tua vida e torna a conferir. Examina teus pensamentos e torna a examinar; policia a tua fala e torna a vigiar, para não acontecer contigo qual os escribas e fariseus, cantando e orando em praça pública, para serem vistos pelos outros.
Sejamos discretos em tudo o que devemos fazer, mostrando uma mediunidade cheia de discernimento na atividade do amor. O devaneio das nossas faculdades interrompe os valores espirituais que nos foram entregues por misericórdia, como instrumentos na lavoura da benevolência. Esperamos que os sensitivos não ingressem no fanatismo, fato que encontramos com freqüência nos primeiros passos dos aprendizes ao desenvolvimento mediúnico. O exagero, em todas as atividades, é extremo que se incompatibiliza com o bom senso e não deixa de estragar os trabalhos que devem expressar a nobreza de qualidades e firmeza de caráter. A sensatez nos recomenda o caminho do meio, onde mora a vigilância e existe a harmonia.
Quando queremos mostrar o pouco que fazemos em favor dos outros, é prova de que não estamos acostumados aos trabalhos que ajudam o próximo. A maturidade mostra-nos que toda a vivência no Bem é dever das criaturas, e todo dever cumprido é força granjeada para o próprio coração que o pratica. Chegamos à conclusão, por experiência nos serviços sociais, que onde existe o amor, não existem palavras anunciando o Bem que se faz.
Quando tratamos da mediunidade, a responsabilidade para com os nossos irmãos carentes é bem maior, porque eles passam a ser a nossa própria carne, o nosso próprio mundo, onde respiramos. O que estiver ao nosso alcance, façamo-lhes, sem tocar o gazofilácio da ilusão, companheiro da soberba. É muito triste, e para nós a tristeza é maior, quando notamos que os medianeiros que nos servem assentam-se nos bancos dos seus feitos, à espera de gratidão. A caridade atrofia-se nas suas primeiras expressões de amor e entra na área do comércio, onde as trocas são indispensáveis e satisfazem ao comerciante. Vamos lembrar-nos, meus irmãos, do destino do Evangelho nesta pátria de redenção. Nenhuma modificação podemos tentar , enquanto vigorarem as nossas inferioridades.
O Evangelho é luz que brilha na eternidade, capaz de iluminar e modificar as trevas dos nossos sentimentos. Cuidemos de semear, vigiando o nosso plantio, porque a colheita é feita consoante as sementes que lançamos nos solos das consciências. Tudo, na verdade, pertence a Deus. No entanto, Ele deixou sob os nossos cuidados o que nos compete conquistar. Podemos modificar muita coisa em nossos caminhos e mudar a direção dos nossos destinos, esvaziando os nossos fardos de vidas passadas. A nossa mente é criadora, e trabalha co-criando. O nosso futuro será reflexo do nosso presente, como o presente o é do passado.
Convidamos os médiuns para que aproveitem as oportunidades de servir sem reclamar, de sofrer sem blasfemar, de ajudar sem pedir ajuda, de compreender sem exigir compreensão, de amar sem pedir amor em troca, porque o tempo que passa sem proveito é tesouro abandonado. O banco universal nos pedirá contas dos valores que foram postos sob a nossa vigilância, se não tivermos o cuidado de multiplicá-los na seqüência que as necessidades nos pedem. Faltando-nos o interesse de ajudar por amor, fracassamos e, no fracasso, as trevas se aproximam e nos convidam para o seu reino de desespero. Teremos então perdido a oportunidade de sentir as primeiras chamas da felicidade, que dimanam do dever cumprido na caridade e no amor.

            Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..

                        RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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