SONETOS
II.
Ninguém ouve na Terra
esse lamento
Da minha dor imensa,
incompreendida,
Nas pavorosas trevas
desta vida
Em que eu julgava achar
o Esquecimento.
Tenebrosas, essa noite
indefinida,
Cheia de tempestade e
sofrimento,
No pais do Pavor e do
Tormento
Onde chora minhalma
enceguecida.
Onde o não-ser, a paz
calma e serena,
Que me traria o bálsamo
a esta pena
Interminável, rude,
dolorosa?
Ninguém! Uma só voz não
me responde!
Sinto
somente a treva que me esconde
Na vastidão
da noite tormentosa...
Fonte: PARNASO DE ALÉM -
TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
BATISTA
CEPELOS.
Poeta paulista, desencarnou no Rio
de Janeiro, em 1915, atribuindo-se a suicídio o encontro do seu corpo entre
pedras de uma rocha, na rua Pedro Américo. Esta versão parece confirmar-se
agora nestes sonetos. Olavo Bilac, ao prefaciar-lhe Os Bandeirantes, exalta-lhe
o estro espontâneo, original e simple.
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