SEARA DOS MÉDIUNS.
OBSESSÃO E JESUS.
Reunião pública de 04-03-1960.
– L. M. Questão n º. 237.
Cristãos eminentes, em variadas
escolas do Evangelho, asseveram na atualidade que o problema da obsessão teria
nascido no culto da mediunidade, à luz do da Doutrina Espírita, quando a
Doutrina Espírita é o recurso para a supressão do fragelo.
Malham médiuns, fazem sarcasmo,
condenam a psicoterapia em favor dos desencarnados sofredores e por vezes,
atingem o disparate de afirmar que a prática medianimica estabelece a loucura.
Esquecem-se, no entanto, deque a
vida de Jesus, na Terra, foi uma batalha constante e silenciosa contra
obsessões, obsidiados e obsessores.
O combate começa no alvorecer do
apostolado divino.
Depois da resplandecente consagração
na manjedoura, o Mestre encontra o primeiro grande obsidiado na pessoa de
Herodes, que decreta a matança de pequeninos, com o objetivo de aniquilá-lo.
Mais tarde, João Batista, o
companheiro de eleição que vem ao mundo secundar-lhe a obra sublime, sucumbe
degolado em plena conspiração de agentes da sombra.
Obsessores cruéis não vacilam em
procurá-lo, nas orações do deserto, verificando-lhe os valores do sentimento.
A cada passo, surpreende Espíritos
infelizes senhoreando médiuns desnorteados.
O testemunho dos apóstolos é
sobejamente inequívoco.
Relata Mateus que os obsidiados
gerasenos chegavam a ser ferozes; refere-se Marcos ao obsidiado de Cafarnaum,
de quem desventurado obsessor se retira clamando contra o Senhor em grandes
vozes; narra Lucas o episódio em que Jesus realiza a cura de um Jovem lunático,
do qual se afasta o perseguidor invisível, logo após arrojar o doente ao chão,
em convulsões epileptóides; e reporta-se a João a israelitas positivamente
obsidiados, que apedrejam o Cristo, sem motivo, na chamada Festa da Dedicação.
Entre os que lhe comungam a estrada,
surgem obsessões e psicoses diversas.
Maria de Magdala, que se faria a
mensageira da ressurreição, fora vítima de entidades perversas.
Pedro sofria de obsessão periódica.
Judas era enceguecido em obsessão
fulminante.
Caifás mostrava-se paranóico.
Pilatos tinha crises de medo.
No dia da crucificação, vemos o
Senhor rodeado por obsessões de todos os tipos, a ponto de ser considerando,
pela multidão, inferior a Barrabás, malfeitor e obsesso vulgar.
E, por último, como se quisesse
deliberadamente legar-nos preciosa lição de caridade para com os alienados
mentais, declarados ou não, que enxameiam no mundo, o Divino Amigo prefere
partir da Terra na intimidade de dois ladrões, que a Ci~encia de hoje classificaria
por eleptomaníacos pertinazes.
A vista disso, ante os
escarnecedores de todos os tempos, eduquemos a mediunidade na Doutrina
Espírita, por que só a Doutrina Espírita é luz bastante forte, em nome do
Senhor, para clarear a razão,quando a mente se
transvia, desgovernada, sob o fascínio das trevas.
Livro: “SEARA DOS MÉDIUNS”, -
Emmanuel, - Psicografado por Francisco Cândido Xavier, - 12 ª edição, - Editora
F E B, - Rio de Janeiro, RJ, - Abril de 2000.
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