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quarta-feira, 17 de junho de 2015

- ESTUDANDO O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. - CAPÍTULO V. - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS. - DEVE-SE PÔR UM FIM PROVAS DO PRÓXIMO. - ITEM N º. 27. - ALLAN KARDEC.

    EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.

                           CAPÍTULO V.

          BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS.

      DEVE-SE PÔR UM FIM PROVAS DO PRÓXIMO.

            Bernardin, Espírito Protetor - Bordeaux – Paris 1863.

                27.          Deve-se pôr um fim às provas do próximo, ou é preciso, por respeito às vontades de Deus, deixá-las seguir o seu curso?
                Dissemos e repetimos muitas vezes que estais na Terra de expiação para concluir vossas provas e tudo o que vos acontece é uma conseqüência de vossas existências anteriores, é o peso e obrigação da dívida que tendes a pagar. Mas este pensamento provoca reflexões em algumas pessoas, idéias as quais é necessário combater, pois poderiam ter conseqüências desastrosas.
                Alguns pensam que, a partir do momento em que se está na Terra para expiar, é preciso que as provas sigam o seu curso. Existem mesmo os que até acreditam que não somente é preciso não fazer nada para atenuá-las, mas que, ao contrario, é preciso contribuir para torná-las mais  proveitosas, agravando-as. É um grande erro. Sim, vossas provas devem seguir o curso que Deus lhes traçou, mas conheceis esse curso? Sabeis até que ponto elas devem ir, ou se o vosso Pai Misericordioso não disse ao sofrimento deste ou daquele de vossos irmãos: “Não iras mais além?” Sabeis se a providência não vos escolheu, não como um instrumento de suplício para agravar os sofrimentos do culpado, mas como o alívio de consolação que deves cicatrizar as chagas que Sua justiça tinha aberto? Quando virdes, pois, um de vossos irmãos feridos, não deveis dizer: “É a  justiça de Deus, é preciso que ela siga o seu curso”; mas dizei, ao contrário: “Vejamos que meios nosso Pai Misericordioso colocou em meu poder para suavizar o sofrimento do meu irmão. Vejamos se minhas consolações morais, meu apoio material, meus conselhos não poderão ajudá-lo a transpor esta prova com ânimo, paciência e resignação. Vejamos mesmo se Deus não colocou em minhas mãos os meios de fazer parar esse sofrimento, se não me foi dado também os meios de fazer parar esse sofrimento; se não me foi dado também como prova, ou expiação, deter o mal e substituí-lo pela paz”.
                Ajudai-vos uns aos outros, sempre, em vossas provas. Nunca vos torneis instrumento de tortura para ninguém. Este pensamento deve revoltar todo homem de bom coração, principalmente os espíritos, pois estes devem entender o alcance infinito da bondade de Deus. O Espírita deve pensar que toda a sua vida tem de ser um ato de amor e dedicação, e que qualquer coisa que faça não contrariará, não causará embaraços às decisões do Senhor, não alterará o curso da Justiça Divina. Pode, sem receio, usar todos os seus esforços para suavizar a amargura da expiação do seu próximo, mas somente Deus pode detê-la ou prolongá-la, segundo julgue necessário.
                Não haveria um extremo orgulho por parte do homem ao se acreditar no direito de remexer, por assim dizer, a lâmina na ferida? Se aumentar a dose da amargura no peito daquele que sofre, sob o pretexto de que isso é sua expiação? Olhai-vos sempre como um instrumento escolhido para fazê-la parar. Resumamos desse modo,; Estais todos na Terra para expiar; mas todos, sem exceção, deveis empregar todos os vossos esforços para suavizar a expiação de vossos irmãos, segundo a lei de amor e de caridade.

         Fonte: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - 3a. Edição - Editora Petit - São Paulo, SP - 2000.


                                   RHEDAM.(mzgcar@gmail.com)

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