EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO V.
BEM-AVENTURADOS
OS AFLITOS.
DEVE-SE
PÔR UM FIM PROVAS DO PRÓXIMO
28.
Um homem está em agonia, presa de cruéis
sofrimentos; sabe-se que o seu estado é desesperador. Será permissível
poupar-lhe alguns instantes de angústias, apressando-lhe o fim?
Quem
vos deu o direito de prejudicar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir um
homem até à borda de uma vala para daí o desviar, a fim de que este,
voltando-se sobre si, seja conduzido a outros pensamentos? Em qualquer extremo
que esteja um moribundo, ninguém pode dizer com segurança que é chegada a sua
última hora. A ciência já não se tem enganado nas suas previsões?
Bem
sei que casos há que se podem considerar com razão desesperadores, mas mesmo
quando não há esperança alguma de retorno definitivo à vida e à saúde, não
vemos numerosos exemplo de, no momento de soltar o último suspiro, o doente se
reanimar e recobrar as faculdades por alguns
instantes? Pois bem, esses momentos de indulto, que lhe são concedidos, podem
ser-lhe da maior importância, pois ignorais as reflexões que o seu Espírito
poderia haver feito nas convulsões da agonia, e quantos tormentos lograria
afastar-lhe um lampejo de arrependimento.
O
materialista, que só vê o corpo e não leva em conta a alma, desconhece estas
coisas, mas o espiritista, que sabe o que se passa além-túmulo, esse conhece o
valor do derradeiro pensamento. Atenuai os últimos padecimentos tanto quanto
puderdes, mas guardai-vos de abreviar a vida, ainda que seja por um minuto pode
estancar muitas lágrimas no futuro. (São Luís, Paris, 1860.)
Fonte: O Evangelho Segundo o
Espiritismo - Allan Kardec - 3a. Edição - Editora Petit - São Paulo,
SP - 2000.
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