O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA PARTE.
CAPÍTULO VI.
MANIFESTAÇÕES VISUAIS.
100. De todas as manifestações espíritas, as
mais interessantes são, sem contradita, aquelas pelas quais os Espíritos podem
se tornar visíveis. Ver-se-á, pela explicação deste fenômeno, que ele não é
mais sobrenatural do que os outros. Damos, primeiro as respostas que, a esse
respeito, foram dadas pelos Espíritos.
16. Por que certas visões são mais freqüentes
no estado de enfermidade?
Também ocorrem no estado de saúde perfeita; mas, na
enfermidade, os laços materiais estão frouxos; a fraqueza do corpo dá mais
liberdade ao Espírito, que entra, mais facilmente, em comunicação com os outros
Espíritos.
17. As aparições espontâneas parecem ser mais
freqüentes em certos países. É que certos povos são melhores dotados do que
outros para ter esses tipos de manifestações?
Levantais um processo verbal de cada aparição? As
aparições, os ruídos, todas as manifestações, enfim, estão igualmente
espalhados sobre toda a Terra, mas apresentam caracteres distintos segundo os
povos nos quais ocorre. Entre aqueles, por exemplo, nos quais a escrita está
pouco disseminada, não há médiuns escreventes, entre outros existem
muitíssimos; além de que, o mais freqüentemente, há mais ruídos e movimentos do
que comunicações inteligentes, porque estás estão menos preferidas e
procuradas.
!8. Por
que as aparições ocorrem mais à noite Não seria um efeito do silêncio e da
obscuridade sobre a imaginação?
É pela mesma razão que vos faz ver, durante a noite, as
estrelas que não vedes em pleno dia. A grande claridade pode apagar uma
aparição pouco nítida; mas é um erro crer que a noite nisso sirva para alguma
coisa. Interrogai todos aqueles que já tiveram aparições e vereis que a maioria
as tiveram de dia.
Nota. Os fatos das aparições são muito mais
freqüentes e mais gerais do que se crê; mas muitas pessoas não se confessam por
medo do ridículo, de outros atribuí-los à ilusão. Se parecem mais multiplicados
entre certos povos, isto ocorre porque eles conservam mais cuidadosamente as
tradições verdadeiras ou falsas, quase sempre amplificadas pelo atrativo do maravilhoso,
ao qual se presta mais ou menos o aspecto das localidades; s credulidade,
então, faz ver efeitos sobrenaturais nos fenômenos mais vulgares: o silêncio da
solidão, o escarpamento dos barrancos, o rugido da floresta, as rajadas da tempestade,
o eco das montanhas, a forma fantástica das nuvens, as sombras, as miragens,
tudo, enfim, que se presta à ilusão por imaginações simples e ingênuas, que
contam de boa fé o que viram e o que acreditaram ver. Mas, ao lado da ficção,
há realidade; é para livra-la de todos os acessórios ridículos da superstição
que estudo sério do Espiritismo conduz.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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