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quinta-feira, 18 de junho de 2015

- POEMAS ESPÍRITAS. - PARNASO DE ALÉM TÚMULO. - MÁGOA. - AUTA DE SOUZA. (CHICO XAVIER.)

                                            MÁGOA.

                        Muitas vezes sonhei na Terra ingrata
                        O paraíso doce da ventura,
                        Vendo somente o espinho da amargura
                        Que as nossas tristes lágrimas desata;

                        Somente a dor intérmina que mata
                        A alegria mais lúcida e mais pura,
                        O veneno da acerba desventura
                        Que fere em nós a aspiração mais grata.

                        Se apenas vi, porém,a mágoa intensa
                        Que rouba luz, o amor, a paz e a crença,
                        É que a dor da minhalma em tudo eu via.

E aumentava minha íntima tristeza
Vendo em tudo, na própria Natureza,
A mesma dor que eu tanto padecia.

                                                                       - AUTA DE SOUZA.

            Nascida em 12 de setembro de 1876, em Macaíba, Rio Grande do Norte, desencarnou a 7 de fevereiro de 1901, portanto aos 24 anos, em Natal. Deixou um único livro, Horto, cuja primeira edição, prefaciada por Olavo Bilac, em outubro de 1899, apareceu em 1900 e se esgotou em três meses. A segunda edição feita em Paris, em 1910, traz uma biografia da Autora por H. Castriano,. Finalmente, teve uma terceira edição no Rio de janeiro, em 1936, prefaciada por Alceu de Amoroso Lima. Espírito melancólico, sofredor, muito místico. Seu estilo simples e triste se reproduz perfeitamente nestes versos Mediúnicos.

            Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.


                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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