CURA
ESPÍRITA.
- OS
ESPÍRITOS CURAM.
A Terapêutica Espírita abrange todos os ramos da
Medicina. Urbano de Assis Xavier, cirurgião-dentista e médium de grande
sensibilidade, serviu de intermediário para muitas curas e gostava de pesquisar
essa questão. Ele insistia na necessidade de se compreender que o médium é
simplesmente, nesses casos, um instrumento passivo nas mãos dos espíritos. Os
espíritos curam e não os médiuns. Sem essa compreensão humilde de parte dos
médiuns eles se arriscavam a cair nas armadilhas da sua própria vaidade, que os
leva a atitudes ridículas e comprometedoras para o Centro e a Doutrina. Um
médium que se julga capaz de curar por si mesmo é um ignorante um
inconsistente, que facilmente se transforma num charlatão ambicioso, tomador de
dinheiro do próximo.
Como Kardec advertia, dois fatores garantem a faculdade
curadora reais de um médium: a sua humildade e o seu desinteresse. Os
dirigentes de Centros precisam ter a maior cautela e observar atenta e
permanentemente os médiuns curadores de que dispuser nos seus trabalhos.
A cura espírita não se efetua, por mais dedicados que
sejamos ao Espiritismo, por mais abnegados no tocante ao próximo, se a doença
ou deficiência que sofremos for em si mesma o remédio do que de fato
precisamos. Os interesses superiores da evolução espiritual estão sempre acima
dos nossos interesses individuais e passageiros. Fala-se muita de méritos e
recompensas, mas não se trata só disso na questão das curas. Para Deus e,
portanto para os Espíritos Superiores, a doença é cura de nossas imperfeições e
a cura é que nos predispõe para as provas que ainda teremos de enfrentar.
Por tudo isso se engana os médicos que encaram a
terapêutica espírita, hoje chamada de paranormal, como uma forma de
concorrência do Espiritismo com a Medicina. Os médiuns não podem curar o que
querem e quando querem. Por isso Jesus empregava a expressão figurada
“Perdoados foram os teus pecados”.
Quando conseguia curar alguém. Os pecados estavam perdoados porque a
pena havia chegado ao fim. Nossa evolução é um processo natural de
desenvolvimento de nossas potencialidades. Aquilo que obstruir esse
desenvolvimento provoca coágulos na estrutura psíquica, extremamente fluídica,
gerando doenças e deficiências orgânicas. Aquilo que facilita o desenvolvimento
produz curas e possibilidades de curas. Essa possibilidade pode resultar em
curas, tanto por intervenção mediúnica quanto por intervenção médica. Quando
ocorre falha no tratamento médico e a cura ocorre através do médium, ou
vice-versa, não decorre de méritos deste ou daquele, mas das necessidades reais
do paciente. Se este necessita de fortalecer sua fé ou de quebrar o seu
orgulho, pode receber a cura mediúnica ou espiritual, e se aquele precisa
submeter-se a intervenções cirúrgicas, para reequilibrar sua consciência em
relação ao passado, não conseguira a cura paranormal. E resultado da
observância determina pelas leis de Causa e Efeitos da vida atual da pessoa. No
Centro Espírita o problema das curas não pode restringir-se a tentativas
ocasionais ou aleatórias.
A Doutrina Espírita, Plataforma Cultural do futuro do
Mundo, é apresentada aos nossos meios culturais como delírio místico de
multidões sertanejas, aprovado e sustentado por intelectualóides citadinos.
Nunca se viu no mundo coisa semelhante: um monumento de lógica e de critério
científico, que nos veio da França pelas mãos de um sábio extremamente
ponderado __ o próprio bom senso encarnado, como o chamaram e chamam ainda hoje
__, transformado pelos seus próprios adeptos na mais absurda moxinifada de
todos os tempos. Nem mesmo o Cristianismo foi tão aviltado.
Só da humildade e pureza do Centro Espírita poderá surgir
à reação salvadora. Repelindo as mistificações e adulterações que estão sempre
ocorrendo, nas instituições em que falta humildade.
Entre os problemas da cura espírita, o que mais deve nos
interessar, nos trabalhos do Centro Espírita, e a cura da vaidade no coração
dos homens. Evitemos a suntuosidade no movimento doutrinário se quisermos que
ele se conserve puro e simples.
O Centro Espírita deve ser humilde e simples, onde todos
são iguais, unidos espontaneamente no trabalho de amor ao próximo e louvor a
Deus. (1)
Fonte. Livro O CENTRO ESPÍRITA. – Autor José Herculano
Pires. – 1 ª. edição. – Editora PAIDÉIA Ltda. – São Paulo SP. – 1980.
RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)
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