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terça-feira, 2 de setembro de 2014

- MENSAGEM ESPECIAL. - OS ESPÍRITOS CURAM. - JOSÉ HERCULANO PIRES.


                          

                                CURA ESPÍRITA.

              -  OS ESPÍRITOS CURAM.

            A Terapêutica Espírita abrange todos os ramos da Medicina. Urbano de Assis Xavier, cirurgião-dentista e médium de grande sensibilidade, serviu de intermediário para muitas curas e gostava de pesquisar essa questão. Ele insistia na necessidade de se compreender que o médium é simplesmente, nesses casos, um instrumento passivo nas mãos dos espíritos. Os espíritos curam e não os médiuns. Sem essa compreensão humilde de parte dos médiuns eles se arriscavam a cair nas armadilhas da sua própria vaidade, que os leva a atitudes ridículas e comprometedoras para o Centro e a Doutrina. Um médium que se julga capaz de curar por si mesmo é um ignorante um inconsistente, que facilmente se transforma num charlatão ambicioso, tomador de dinheiro do próximo.
            Como Kardec advertia, dois fatores garantem a faculdade curadora reais de um médium: a sua humildade e o seu desinteresse. Os dirigentes de Centros precisam ter a maior cautela e observar atenta e permanentemente os médiuns curadores de que dispuser nos seus trabalhos.
            A cura espírita não se efetua, por mais dedicados que sejamos ao Espiritismo, por mais abnegados no tocante ao próximo, se a doença ou deficiência que sofremos for em si mesma o remédio do que de fato precisamos. Os interesses superiores da evolução espiritual estão sempre acima dos nossos interesses individuais e passageiros. Fala-se muita de méritos e recompensas, mas não se trata só disso na questão das curas. Para Deus e, portanto para os Espíritos Superiores, a doença é cura de nossas imperfeições e a cura é que nos predispõe para as provas que ainda teremos de enfrentar.
            Por tudo isso se engana os médicos que encaram a terapêutica espírita, hoje chamada de paranormal, como uma forma de concorrência do Espiritismo com a Medicina. Os médiuns não podem curar o que querem e quando querem. Por isso Jesus empregava a expressão figurada “Perdoados foram os teus pecados”.  Quando conseguia curar alguém. Os pecados estavam perdoados porque a pena havia chegado ao fim. Nossa evolução é um processo natural de desenvolvimento de nossas potencialidades. Aquilo que obstruir esse desenvolvimento provoca coágulos na estrutura psíquica, extremamente fluídica, gerando doenças e deficiências orgânicas. Aquilo que facilita o desenvolvimento produz curas e possibilidades de curas. Essa possibilidade pode resultar em curas, tanto por intervenção mediúnica quanto por intervenção médica. Quando ocorre falha no tratamento médico e a cura ocorre através do médium, ou vice-versa, não decorre de méritos deste ou daquele, mas das necessidades reais do paciente. Se este necessita de fortalecer sua fé ou de quebrar o seu orgulho, pode receber a cura mediúnica ou espiritual, e se aquele precisa submeter-se a intervenções cirúrgicas, para reequilibrar sua consciência em relação ao passado, não conseguira a cura paranormal. E resultado da observância determina pelas leis de Causa e Efeitos da vida atual da pessoa. No Centro Espírita o problema das curas não pode restringir-se a tentativas ocasionais ou aleatórias.
            A Doutrina Espírita, Plataforma Cultural do futuro do Mundo, é apresentada aos nossos meios culturais como delírio místico de multidões sertanejas, aprovado e sustentado por intelectualóides citadinos. Nunca se viu no mundo coisa semelhante: um monumento de lógica e de critério científico, que nos veio da França pelas mãos de um sábio extremamente ponderado __ o próprio bom senso encarnado, como o chamaram e chamam ainda hoje __, transformado pelos seus próprios adeptos na mais absurda moxinifada de todos os tempos. Nem mesmo o Cristianismo foi tão aviltado.
            Só da humildade e pureza do Centro Espírita poderá surgir à reação salvadora. Repelindo as mistificações e adulterações que estão sempre ocorrendo, nas instituições em que falta humildade.
            Entre os problemas da cura espírita, o que mais deve nos interessar, nos trabalhos do Centro Espírita, e a cura da vaidade no coração dos homens. Evitemos a suntuosidade no movimento doutrinário se quisermos que ele se conserve puro e simples.
            O Centro Espírita deve ser humilde e simples, onde todos são iguais, unidos espontaneamente no trabalho de amor ao próximo e louvor a Deus. (1)

            Fonte. Livro O CENTRO ESPÍRITA. – Autor José Herculano Pires. – 1 ª. edição. – Editora PAIDÉIA Ltda. – São Paulo SP. – 1980.


                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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