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domingo, 28 de julho de 2013

- ROTEIRO DE INICIAÇÃO AO ESTUDO DO ESPIRITISMO. - AULA N º. 17. - MÉDIUM E MEDIUNIDADE. - ANEXO N º. 84. - EXERCÍCIO CONSCIENTE DA MEDIUNIDADE. - EURÍPEDES BARSANULFO. (DIVALDO PEREIRA FRANCO.)

                     

       EXERCÍCIO CONSCIENTE DA MEDIUNIDADE.
  
            A palpitante questão do exercício consciente da mediunidade continua merecendo apontamentos e estudos que auxiliem o servidor honesto, no mistério do bem a que se dedica.

            Libertada das conotações deprimentes a que pretenderam atá-la a intolerância religiosa e o preconceito científico, no passado, a pouco e pouco vão se firmando os valores, passando a merecer inevitável respeito cultural.

            Não obstante, ainda teimam algumas áreas do conhecimento em arregimentar opiniões destituídas de fundamente, mediante as quais pretende negá-la, situando os fatos observados na faixa das alucinações psicológicas, do inconsciente individual ou coletivo, ou dos modernos agentes theta, em vãs arremetidas para destruir ou obscurecer os fatores causais do fenômeno, que são os Espíritos imortais.

            Sob outro aspecto, em face da evidência das comunicações, que se multiplicam generosamente em abundância, grupos de decididos militantes informam que estatística por eles bem elaboradas demonstra que somente ínfima percentagem atesta a procedência legítima dos Espíritos desencarnados - ainda passível de meticulosas observações e exames - nos fenômenos, sendo a quase totalidade uma decorrência anímica, quando se tratando de pessoas honestas, em última análise, fraudes verdadeiras, quiçá inconscientes.

            Novas correntes de meticulosos experimentadores pretendem concluir que o intercambio genérico com os padecentes da Espiritualidade inferior deve ser compreendido como fenômenos de autocomunicação em que são agentes os próprios médiuns, que retirariam da memória do inconsciente profundo as reminiscências de reencarnações transatas, cujos componentes os tornam atônitos, neuróticos, perturbados, em alienações diversas.

            Propõem-se outros investigadores a transferir o inconsciente de expressivo número de alienados para os sensitivos, que os captam, entrando no registro das aflições desses pacientes, que passariam a dialogar com as suas personalidades atormentadas, liberando-se, desse modo, dos fatores alienantes, sem se darem conta da ingerência de entidades desencarnadas em tais processos, comprazendo-se em produzir mais sutis e graves aflições...

            Recorre-se à nomenclatura moderna, cada vez mais para fugir-se à denominação kardequiana, sem, no entanto, conseguir-se anular a causa espiritual, mediante a qual são servidas as lições do Cristo, atualizadas, a ética moral do comportamento e a salutar filosofia existencial, que propiciam a felicidade humana.

            No pretérito, nos dias da Metapsíquica, os eminentes pesquisadores criavam após cada experiência uma hipótese nova, evitando a teoria espírita, que na investigação futura refundiam, diante dos resultados então obtidos, que anulavam a arquitetada e audaciosa concepção anterior.

            Porque os eminentes investigadores se negavam a aceitar a sobrevivência da alma - embora a sempre crescente evidência e documentação probatória - o tempo fez ruir os alicerces das conceituações aventadas e a doutrina Metapsíquica tombou no olvido.

            Há pouco, quando do surgimento da Parapsicologia, novas técnicas de exames foram elaboradas, mais severos critérios têm sido estabelecidos, mais exigentes cálculos são buscados, estatísticas rigorosas são consideradas na razão direta em que a mediunidade, resistindo a tudo e todos, reafirma a sobrevivência da vida à morte do corpo, conclamando o homem a religião do amor e do perdão para uma excelente vivência da caridade...

            ...E quando o sol da imortalidade começa as sombras dominantes, irisando de alegrias e esperança as mentes indagadoras, os mais renitentes propõem outros métodos, através de mais recentes disciplinas como a Psicobiofísica, a Psicotrópica, repetindo os processos e passos já percorridos em mais caprichosos e sofisticados mecanismos de apreciação e pesquisa.

            São credores de consideração e respeito todos os esforços honestos que levam o homem a buscar a verdade.

            Imprescindível, no entanto, que o autêntico estudo não se encontre armado de idéias e opiniões preconcebidas, antes coloque suas concepções diante dos fatos arrolados, com a coragem de abandoná-las, quando necessário, aceitando os resultados já obtidos.

            Não o fizeram, porque aferrados a ultrapassado e injustificável preconceito, que adversário da atitude científica. No entanto, não sendo invulnerável à morte, vadearam o rio da desencarnação, e, defrontando a sobrevivência, pretenderam trazer aos pósteros tal afirmação, sem de darem conta de que já não há ouvidos para eles, quanto eles se negaram aos que os precederam no mesmo empreendimento.

              São inegáveis, no fenômeno mediúnico, as interferências da mente do médium, quanto são inevitáveis ao virtuose a harmonia ou as deficiências do instrumento musical de que se utiliza.

             O fenômeno puro, total, cristalino, é tão impossível quanto o raio de sol, ao ser passado pela lâmina de vidro, libera-se da tonalidade que essa lhe empresta, ao ser traspassada pela luz...

             Mediunidade é instrumento, é meio de que se utilizam os agentes espirituais para confirmar o prosseguimento da realidade, após o túmulo.

            Por ela transitam as informações da vida, no mistério da edificação de vidas.

            Urge que os sinceros discípulos do Evangelho se dediquem com afã à mediunidade socorreste, estabelecendo ligações felizes com o Mundo Espiritual, atendendo aos deveres da solidariedade humana e da caridade, sem se preocuparem com outra coisa que não seja servir, amar e passar adiante, como servidor consciente das suas responsabilidades que, pondo as mãos na charrua não olha para trás.

            Cada minuto é valiosa concessão para a edificação do reino de Deus nas mentes e nos corações.

            Se, todavia, o ácido da crítica, ou a borra da zombaria, a mordacidade venenosa ou a dúvida sistemática lhe chegar ás portas da alma, ameaçando-lhe a estabilidade íntima, recorde-se o sincero trabalhador da mediunidade que mesmo Jesus, quando ressuscitado, não mereceu crédito de alguns dos companheiros que O amavam, por não aceitarem a informação mediúnica daquele que O vira e com Ele conversara, sendo necessário testemunhá-lo, Ele próprio, convidando o incrédulo a que O tocasse, e invitando outros a que constatassem ser Ele...

            Enquanto isso, que o exercício consciente da mediunidade espírita cristã continue, na Terra, fazendo o bem com uma mão sem que a outra tome conhecimento, nestes dias tumultuados e aflitos que se vivem, prenunciando a hora ditosa da paz com Jesus.

                                                                       EURÍPEDES BARSANULFO.

            (Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 1./11/1979, na cidade de Sacramento - MG.)

Fonte: O REFORMADOR - N. 1812 - Pág. 34 e 35 - MARÇO DE 1980 - Editora FEB Rio de Janeiro RJ.

                                    RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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