MEDIUNIDADE
E EVANGELHO.
A
PARTICIPAÇÃO DO MÉDIUM.
“Foi então que surgiu um novo sistema segundo o qual essa inteligência
não seria outra senão a do médium, do interrogante ou mesmo dos assistentes”.
(Cap. III – Segunda parte – item 69)
Em o Livro dos Médiuns, no capítulo
das “Manifestações Inteligentes”, Kardec e4studa a controvertida questão da
participação ou da ingerência dos médiuns nas mensagens de que se façam
intérpretes.
Os adversários da Doutrina, negando
a sobrevivência da alma, ou pelo menos o intercâmbio dos Espíritos com o mundo
corpóreo, afirmam que toda comunicação seria de origem anímica, ou seja, fruto
da própria imaginação do médium.
Pesquisas exaustivas, levadas a
efeito por Allan Kardec e um sem número de outros pesquisadores, atestaram a
presença do Espírito comunicante, demonstrando a independência do seu
pensamento sobre o pensamento do sensitivo. Os fenômenos de xenoglassia foram
sempre os mais inequívocos neste campo. Médiuns de pouca instrução falavam e
escreviam em idiomas desconhecidos para eles, inclusive em algumas línguas e
dialetos mortos. No mínimo, se não atestasse a autenticidade do intercambio
mediúnico, o fato seria uma prova inconteste da reencarnação.
Vale ressaltar que a hipótese da “telepatia
inconsciente”, aventada por muitos contestadores da mediunidade, ficava
igualmente afastada de vez que dentre os presentes, nenhum se expressava, ou
pelo menos conhecia rudimentos do idioma utilizado pelo Espírito.
Entretanto, o que os estudiosos
precisavam e precisam entender é que o médium não é nenhuma “caixa falante” ou
simplesmente uma “antena receptora” de sinais... Se até na produção dos fenômenos físicos o “ânimo”
do médium é fator de fundamental importância, o que diremos de sua participação
nas comunicações inteligentes?!
No momento da incorporação ou da
psicografia o Espírito do médium não abandona o corpo ao Espírito comunicante
como muita gente pensa. O contato do Espírito com o medianeiro acontece
mente-a-mente, de sorte que o que existe entre ambos é um processo de “parceria”.
Querer que o Espírito se substitua
integralmente ao médium, numa passividade total, é desconhecer o mecanismo das
comunicações. Se, por exemplo, nem mesmo dos “chiados” de uma transmissão
telefônica o homem está livre, ou do que se dá o nome de “linhas cruzadas” (e
estamos nos referindo a uma máquina que, isenta de emoções, deveria operar com
toda a precisão possível), como o sensitivo poderia se anular a ponto de não “interferir”
nos comunicados que, necessariamente, passam pela sua alma, num processo de “filtragem”
natural?!
Da participação dos médiuns nos
comunicados, com a responsabilidade inclusive de controlá-los, Paulo de Tarso
falava há quase dois mil anos atrás. Na 1 ª epístola que escreveu aos Coríntios,
o capítulo 14 encerra um verdadeiro tratado sobre mediunidade. Vejamos alguns
versículos:
“... prefiro falar na igreja cinco
palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras
em outra língua.”
“No caso de alguém falar em outra língua,
que não sejam mais do que dois ou quando muito três, e isto sucessivamente, e
haja quem interprete.”
“Os espíritos dos profetas estão
sujeitos aos próprios profetas;
porque
Deus não é de confusão; e, sim, de paz.”
Quando, de forma inspirada, o grande
apóstolo dos gentios declara que “os espíritos dos profetas estão sujeitos aos
próprios profetas”, ele diz que os médiuns, estão chamados profetas, tinham a
responsabilidade de controlar os “seus” Espíritos, para que as “profecias”, ou
comunicados obtidos, não fossem infrutíferos, estabelecendo a confusão entre os
participantes do culto.
Quando nos referimos anteriormente
ao fenômeno das “linhas cruzadas” numa ligação telefônica, não podemos deixar
de aduzir que, de acordo com Kardec, os pensamentos, as emoções e os anseios
das pessoas que integram uma reunião mediúnica “interferem” quase de forma
decisiva na qualidade da mensagem transmitida. Que isto fique claro, para que
tanto os médiuns quanto os estudiosos da fenomenologia espírita compreendam, de
vez que querer que não seja assim é o mesmo que desejar inverter a natureza das
coisas por um simples capricho.
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon Fernandes
(Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o. Edição -
Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
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