VIDA
E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES.
21 º. Parte. Influência física, nenhuma
senti; porém, moralmente sou outro homem.
Minha
alma encontrou finalmente onde pousar, tendo deixado os
espaços agitados pelo vendaval da descrença, da dúvida, do cepticismo, que
devasta, que esteriliza, que calcina, se assim me posso exprimir, recordando as
torturas de quem sente a necessidade de crer, mas não encontra onde assentar
sua crença.
E
não encontrava onde assentar minha crença, porque o ensino de Jesus – que uma
força intrínseca e uma disposição psíquica
me levaram a procurar, como o nauta perdido na vastidão dos
mares.procura o Norte – me era oferecido sob um aspecto impossível de
acomodar-se com um sentimento íntimo, instrutivo, exato, que me desse a razão e
a consciência de ali estar a verdade; mas a verdade não é aquilo.
Ah!
A Igreja Romana! a Igreja Romana!
O
Cristianismo nunca terá tão formidável inimigo! O materialismo nunca terá
aliado tão prestimoso!
Eu já disse como, antes de aceitar o Espiritismo, vivi a
fugir de toda crença religiosa, por não poder aceitar uma que se impõe à fé,
por decreto de seus ministros, e a ser arrastado para essa mesma crença, que
não podia aceitar, como se mão amiga me arrastasse para o cascalho, dentro do
qual estava incrustado o brilhante.
Eu já disse como me abracei com o cascalho para não rolar
no abismo da descrença, e como aquela mão me impeliu para ele, quebrou-o a meus
olhos, e me fez patente o brilhante nele contido.
Minha alma encontrou finalmente onde pousar.
Fonte: - Livro “VIDA E OBRA DE BEZERRA DE MENEZES” - SILVIO BRITO SOARES – 4 ª. Edição – Editora
FEB. – Rio de Janeiro, RJ. – Agosto de 1978.
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