II
- ESTUDO.
“A
explicação dos fatos admitidos pelo Espiritismo, suas causas e suas consequências
morais, constituem toda uma ciência e toda uma filosofia, que requerem um
estudo sério, perseverante e aprofundado”. - (O Livro dos Médiuns - Primeira
Parte - Cap. II)
Mediunidade
sem estudo pode ser comparável a uma locomotiva correndo fora dos trilhos.
O
primeiro e mais importante dever do médium é, sem dúvida o de estudar.
Não
basta ser médium para deter o conhecimento espírita, assim como não basta ser
espírito liberto da matéria para possuir toda a sabedoria acerca do Mundo
Espiritual. Existem Espíritos tão ou mais ignorantes do que os médiuns dos
quais se servem.
Afora
a necessidade de tomar parte nas reuniões de estudos o Centro Espírita a que
esteja vinculado, o médium deve estudar por conta própria, procurando ampliar
os seus conhecimentos, permutando ideias com os companheiros mais experientes
da jornada humana.
Mediunidade
é intercâmbio, e o intermediário deve aprimorar-se quanto possível, para não
deturpar a mensagem de que deseje fazer-se o estafeta.
Não
raro, o que pertence ao Espírito comunicante são a ideia e a emoção; ao
medianeiro cabe materializa-lãs através de seus recursos intelectuais.
Quanto
mais consciente o médium, maior a sua participação na mensagem e, consequentemente,
maior a sua responsabilidade.
Os médiuns
chamados mecânicos, ou inconscientes, são difíceis de encontrar. No caso deles,
os Espíritos têm que, praticamente, fazer todo o trabalho; por isso, preferem
trabalhar com os médiuns que, conscientemente, lhes sucedem os esforços. O
exemplo que podemos citar nesse sentido é o do próprio Cristo, que foi o Médium
Consciente de Deus. Ele representa a mediunidade no que ela tem de mais
sublime. A sua identificação com o Pai era de tal ordem, que disse:”Eu e o Pai
somos um”.
Sendo
um sentido psíquico, a mediunidade está sujeita à evolução, assim como os
demais sentidos do homem. À medida que evolui, ela caminha para o campo da
intuição pura, que é o seu ápice. Por isso, não vemos motivo para que os médiuns
desejem operar na inconsciência, como se isso lhes fosse garantia contra o
animismo ou problemas semelhantes.
Quando
se trata do bem genuíno, não existe animismo e nem tampouco mistificação, no
sentido literal da palavra.
Quando
enfatizamos a necessidade de estudo do médium, não estamos nos referindo apenas
de caráter doutrinário. Quanto mais o médium se torna e se informa, maior será
a sua colaboração ao Espírito comunicante. Sim, porque muitos espíritos
precisam do médium, não apenas como uma ponte de que se servem para atravessar
o abismo dimensional que os separa da Terra, mas igualmente, para suprir-lhes a
falta de recursos intelectuais e a sua total inabilidade para lidarem com o
intercâmbio em si.
Portanto
julgamos de bom alvitre que o médium se dispa-se de seus escrúpulos excessivos
e procure estudar e estudar sempre.
A
mente mediúnica assemelha-se a um computador que precisa estar devidamente
programado, para funcionar a contento.
O
exercício da mediunidade não se compadece com a ignorância do instrumento. Aliás,
a rigor, não há um só médium que não coloque algo se si mesmo na mensagem que
transmite. Se assim é, que o médium participe positivamente e não
negativamente.
Que
o médium seja sincero e bem intencionado
e obterá o aval dos Espíritos superiores; caso contrário, precipitar-se-á, mais
cedo ou mais tarde, na vara escura do desequilíbrio.
Fonte: Livro Mediunidade e
Doutrina - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 1o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP - 1990.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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