III
- FÉ RACIOCINADA.
“Os
meios de convicção variam extremamente segundo os indivíduos; o que persuade
alguns, não produz nada nos outros; tal é convencido por certas manifestações
materiais, tal outro por comunicações inteligentes, a maioria pelo raciocínio”.
(O Livro dos Médiuns - Primeira Parte - Cap. III)
Equivocam-se
quantos acreditam que o fenômeno possa convencer mais do que o raciocínio.
O fenômeno
é um meio e não um fim em si mesmo.
Os
que se convencem pelo fenômeno poderão vir a reconsiderar a própria crença, ao
passo que nada conseguirá abalar a convicção dos que se fundamentam nos
alicerces inamovíveis da razão.
Os
fenômenos ditos mediúnicos são de todos os tempos. Manifestações de espíritos
sempre ocorreram e nunca lograram mais do que convencer momentaneamente as
pessoas. Passado o primeiro entusiasmo, a dúvida volta com todo o seu rigor.
Por
isso o Espiritismo dirige a sua mensagem àqueles que, antes de crer, desejam
compreender.
Embora
as manifestações de caráter ostensivo continuem todo o seu lugar, hoje vivemos
a fase das comunicações inteligentes, mesmo porque, em seu dinamismo natural, a
Doutrina carece de estar acompanhando a marcha do progresso da Humanidade.
O médium
espírita não deve preocupar-se em ser um instrumento de convicção para quem
quer que seja.
A fé é
fruto que amadurece na época certa; acontece de dentro para fora e não de fora
para dentro.
Os médiuns
que desejam fazer proselitismo acabam prestando um desserviço ao Espiritismo.
No fundo, é preciso que o médium pergunte a si mesmo qual é a sua verdadeira
intenção na mediunidade, por que muitos desejam simplesmente autopromover-se.
Os médiuns
levianos pululam na atualidade e, de certa forma, chegam a comprometer o
trabalho dos médiuns sérios, fornecendo uma imagem distorcida da Doutrina para
aqueles que ainda não possuem o desejável discernimento.
Hoje,
infelizmente, há uma preocupação muito grande com a quantidade dos adeptos e não
com a qualidade. Mas perguntaríamos: todos os que são atraídos pelo fenômeno se
tornarão espíritas? Todos os que recebem passes ou seus benefícios de algum
modo no Centro Espírita de elevada freqüência estarão sendo esclarecidos quanto
aos reais objetivos da Terceira revelação?
Pode-se
questionar o fenômeno, e até o próprio médium, o que ocorre até certa freqüência
mas a grandeza cristalina da filosofia espírita é inquestionável.
Ao
longo de mais de um século, médiuns tem sido flagrados na má-fé, no entanto, o
Espiritismo continua a sua trajetória, porque nem mesmo os espíritas
invigilantes conseguem impedir o seu avanço, assim com os adulteradores do
Evangelho não conseguiram obstruir a mensagem cristã!
Que
os médiuns cumpram, silenciosamente, o seu dever, recordado-se das palavras de
Paulo, em sua Primeira Carta aos coríntios: “Eu plantei! Apolo regou; mas o
crescimento veio de Deus”.
Fonte: Livro Mediunidade e
Doutrina - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 1o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP - 1990.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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