MENSAGEIRO.
Abri
minhalma para os sofredores
Na
vastidão serena dos Espaços,
Eu
que na Terra tive sempre os braços
Presos
à cruz tantálica das dores.
Epopéias
de sons e Esplendores,
E
os prazeres mais pobres, mais escassos,
E
o mistério dos célicos abraços,
Dos
Perfumes, das Preces e das Cores;
Tudo
isso não vejo e vejo apenas
O
turbilhão das lágrimas terrenas
-
Taça imensa de gotas amargosas!
Da
piedade e do amor eu trago o círio,
Para
afastar as trevas do martírio
De
silêncio das noites tenebrosas.
CRUZ
E SOUZA.
Catarinense. Funcionário público,
encarnou em 1861 e desprendeu-se em 1898, no Estado de Minas. Poeta de
emotividade delicada, soube, mercê de um simbolismo inconfundível, marcar sua
individualidade literária. Sua vida foi toda de dores.
Fonte:
PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de
Janeiro RJ - 1935.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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