ESTUDANDO
O BEM E O MAL.
Para
que sejamos intérpretes dos genuínos do bem, não basta desculpar o mal.
É
imprescindível nos despreocupemos dele, em sentido absoluto, relegando-o à
condição de efêmero acessório do triunfo real das Leis que nos regem.
Evitando
comentários complexos em no culto à simplicidade, recorremos a natureza.
Vejamos,
por exemplo, o apelo vivo da fonte.
Quantas
vezes terá sido injuriada a água que hoje nos serve à mesa?
Do
manancial ao vaso limpo, difícil trajetória cumulou-a de vicissitudes e provações.
O
leito duro de pedra e areia...
A
baba venenosa dos répteis...
O
insulto dos animais de grande parte...
O
enxurro dos temporais...
Os
detritos que lhe foram arrojados ao seio...
A
fonte, entretanto, caminhou despretensiosa, sem demorar-se em qualquer
consideração aos sarcasmos da senda, até surpreender-nos, diligentes e pura,
aceitando o filtro que lhe apura as condições, a fim de que nos assegure
saciedade e conforto.
Segundo
observamos, na lição aparentemente infantil, o ribeiro não somente olvidou as
ofensas que lhe foram precipitadas à face.
Movimentou-se,
avançou, humilhou-se para auxiliar e perdoou infinitamente, sem imobilizar-se
um minuto, porque a imobilidade para ele constituiria adesão ao charco, no qual
ao invés de servir, converter-se-ia tão-só em veículo de corrupção.
É por
isso que o ensinamento cristão de caridade envolve o completo esquecimento de
todo mal.
“Que
a vossa mão esquerda ignore o bem praticado pela direita’.
Semelhantes
palavras do Senhor induzem-nos a jornadear na Terra, exaltando o bem, por todos
os meios ao nosso alcance, com integral despreocupação de tudo o que represente
vaidade nossa ou incompreensão dos outros, de vez que em qualquer boa dádiva
somente a Deus se atribui a procedência.
Procurando
a nossa posição de servidores fiéis da regeneração do mundo, a começar de nós
mesmos, pela renovação dos nossos hábitos e impulsos, olvidemos a sombra e
busquemos a luz, cada dia, conscientes de que qualquer pausa mais longa na
apreciação dos quadros menos dignos que ainda nos cercam será nossa provável
indução ao estacionamento indeterminado no cárcere do desequilíbrio e do
sofrimento.
EMMANUEL
(CHICO XAVIER.)
Fonte: Livro “MEDIUNIDADE E
SINTONIA” - EMMANUEL (Francisco C. Xavier.) - Editora CEU - São Paulo, SP. -
1986.
RHEDAM.
(rhedam@gmail.com)
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