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sexta-feira, 15 de junho de 2012

- ESTUDANDO O LIVRO DOS ESPÍRITOS. - ALLAN KARDEC. - IV. PANTEÍSMO. - QUESTÃO No. 16.


                                                      IV, PANTEÍSMO.

                        - Questão No. 16. – Os que professam essa doutrina pretendem nela encontrar a demonstração de alguns dos atributos de Deus. Sendo os mundos infinitos, Deus é, por isso mesmo, infinito; o vácuo ou nada não existindo em parte alguma, Deus é, por que tudo é parte integrante de Deus, dá a todos os fenômenos da Natureza uma razão de ser inteligente. O que se pode opor a este raciocínio?

                        - A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo.

                        Esta doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de inteligência suprema, seria em ponto grande aquilo que somos em ponto pequeno. Ora, a matéria se transformando sem cessar, Deus, nesse caso não teria nenhuma estabilidade e estaria sujeito a todas as vicissitudes e mesmo de todas as necessidades da humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essências da divindade: a imutabilidade. As propriedades da matéria não podem ligar-se à ideia de Deus, sem que o rebaixemos em nosso pensamento, e todos as sutilezas do sofisma não conseguirão resolver o problema da sua natureza íntima. Não sabemos tudo o que ele é, mas sabemos aquilo que não pode ser, e este sistema está em contradição com as suas propriedades mais essenciais, pois confunde o criador com a criatura, precisamente como se quiséssemos que uma máquina engenhosa fosse parte integrante do mecânico que o concebeu.
                        A inteligência de Deus se revela nas suas obras, como a de um pintor no seu quadro; mas as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor que o concebeu e executou.

Fonte: “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” - Allan Kardec - 54a. Edição - Editora LAKE - São Paulo, SP - 1994.


                       RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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