IV,
PANTEÍSMO.
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Questão No. 16. – Os que professam essa doutrina pretendem nela encontrar a
demonstração de alguns dos atributos de Deus. Sendo os mundos infinitos, Deus
é, por isso mesmo, infinito; o vácuo ou nada não existindo em parte alguma,
Deus é, por que tudo é parte integrante de Deus, dá a todos os fenômenos da
Natureza uma razão de ser inteligente. O que se pode opor a este raciocínio?
-
A razão. Refleti maduramente e não vos será difícil reconhecer-lhe o absurdo.
Esta
doutrina faz de Deus um ser material que, embora dotado de inteligência
suprema, seria em ponto grande aquilo que somos em ponto pequeno. Ora, a
matéria se transformando sem cessar, Deus, nesse caso não teria nenhuma
estabilidade e estaria sujeito a todas as vicissitudes e mesmo de todas as
necessidades da humanidade; faltar-lhe-ia um dos atributos essências da
divindade: a imutabilidade. As propriedades da matéria não podem ligar-se à ideia
de Deus, sem que o rebaixemos em nosso pensamento, e todos as sutilezas do sofisma
não conseguirão resolver o problema da sua natureza íntima. Não sabemos tudo o
que ele é, mas sabemos aquilo que não pode ser, e este sistema está em
contradição com as suas propriedades mais essenciais, pois confunde o criador
com a criatura, precisamente como se quiséssemos que uma máquina engenhosa fosse
parte integrante do mecânico que o concebeu.
A
inteligência de Deus se revela nas suas obras, como a de um pintor no seu
quadro; mas as obras de Deus não são o próprio Deus, como o quadro não é o pintor
que o concebeu e executou.
Fonte: “O LIVRO DOS
ESPÍRITOS” - Allan Kardec - 54a. Edição - Editora LAKE - São Paulo,
SP - 1994.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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