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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

- POEMAS ESPÍRITAS. - PARNASO DE ALÉM TÚMULO. - A CRUCIFICAÇÃO. - OLAVO BILAC.

                                  A CRUCIFICAÇÃO.

          Fita o Mestre, da cruz, a multidão fremente,
          A negra multidão de seres que ainda ama.
          Sobre tudo se estende o raio dessa chama,
          Que lhe mana da luz do olhar clarividente.

          Gritos e alterações! Jesus, amargamente,
          Contempla a vastidão celeste que o reclama;
          Sob os gládios da dor aspérrima, derrama
          As lágrimas de fel do pranto mais ardente.

          Soluça no silêncio. Alma doce e submissa,
          E em vez de suplicar a deus para a injustiça
          O fogo destruidor em tormentos que arrasem,

          Lança os marcos da luz na noite primitiva,
          E clama para os Céus em prece compassiva:
          “- perdoai-lhes, meu Pai, não sabem o que fazem!...

                                                                                           OLAVO BILAC.

             Natural do Rio de janeiro, nasceu em 16 de dezembro de 1865 e aí faleceu em 1918. Considerado, ao seu tempo, o Príncipe dos Poetas Brasileiros. Sócio fundador da academia Brasileira de Letras.

              Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO - CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.


                                                        RHEDAM. (rhedam@gmail.com)

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