Inequivocamente, à mulher cabe uma importante quota de contribuição com a Obra de Deus, oferecendo a sua sensibilidade e a sua inteligência em favor da vida. Muito a propósito é a afirmação do Espírito da Verdade, quando situa a tarefa delegada por Deus à mulher como mais importante que à do homem, uma vez que cabe a ela o conduzimento dos homens, dando-lhes as primeiras noções de vida. (Allan Kardec, o Livro dos Espíritos, 45ª. Edição, FEB, perg. 821.)
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Junto a seus filhos é que a mulher encontra as mais exuberantes oportunidades de avançar, em espírito, para alcançar os campos luminosos do progresso pelos quais anela.
Inobstante não posso a mulher prescindir da cooperação do companheiro no processo de orientação dos rebentos, salvo nos casos de provações impostas pela morte ou nas situações em que a inflexão haja gerado problemas irresistíveis propiciando a sua solidão no esforço de dirigir a prole, é a ela, à mãe, que tocam graves compromissos, pois, por sua contextura fisio-psicológica ela guarda as potencialidades necessárias para a realização dos seus abençoados misteres.
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Vivendo numa época de contestação e de desencontros éticos, na qual a figura feminina tem sido explorada de absurdas formas, desde a exibição do nu comprometedor, geratriz de conúbios mentais deletérios, até as ideologias libertárias e fascinantes que, se lhe apontam caminhos novos de poder e independência, quase nunca mostram roteiros de equilíbrio ou sensatez, pelos quais possa caminhar com segurança.
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Tenha cuidado, minha amiga cristã, quando você estiver instigada a abandonar hábitos, a quebrar esse ou aquele tabu, sendo compelida a assumir hábitos mais infelizes que os antigos ou adotar novos tabus, tão nefastos como os que você deverá abandonar.
Pense que não vive você somente por si. A mulher-mãe vive por si por seus filhos e deverá guardar a certeza de quanto ela influirá sobre as vidas dos seus, quer disso esteja consciente ou não.
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Prepare-se, assim, minha irmã, para um melhor entendimento da sua própria vida e de sua missão.
Se viável e oportuno, trabalhe fora de casa, sem mergulhar na mania da fuga do lar, sem razão e sem glória.
Se lhe agrada, use a moda vestuária, sem se tornar escrava do estilo que lhe possa empurrar para a vacuidade, para a superficialidade.
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Junto a seus filhos, tenha para com eles cuidados de mestra e de irmã, de enfermeira e de mãe, resguardando-os, pelos menos enquanto pequenos, dos conflitos e tormentos dispensáveis da Terra.
Olhe seus filhos e ame-os, sem pieguismos que mais representam desajuste emocional do que real bem-querer.
Dessa maneira, vista-os com sobriedade, como você possa, sem fazer deles joguetes do consumismo inveterado.
Alimente-os com simplicidade, mantendo-se fiel à qualidade, sem prendê-los às extravagâncias alimentares que conduzem a doenças e carências orgânicas irreversíveis.
Ajude-os no processo de seleção dos divertimentos que sejam nobres e úteis, a fim de que eles não se chafurdem no lodo de gozos perturbadores e jogos de azar, que antes excitam a mente sem, contudo, relaxar e alegra convenientemente.
Conduza-os, com sua sabedoria, para a fé em Deus e para o amor à natureza; impulsiona-os com sua sensibilidade para o respeito e proximidade com Jesus, o nosso divino amigo, preparando-os para a reverência às suas próprias vidas.
Incentive-os para as artes, para os esportes sadios, para o belo, sem que se olvidem das próprias responsabilidades para com a existência, como um todo.
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Perceba, mulher-mãe, que enquanto você pensa em tudo isso, pelo bem dos rebentos seus, acaba por esquecer-se um pouco das misérias vastas que se espalham ao seu redor, porque sua atenção estará alicerçada nos seus imediatos compromissos. Você terá menos tempo para lamentar ou para maldizer as coisas negativas.
Não dê ouvidos às sugestões de comodismo. O que seria de você sem os seus filhos, por mais peraltas ou indiferentes que sejam? Por certo, sem eles a lhe valorizarem os dias, seria você uma boneca decorada para a vitrine da ilusão ou uma sombra ambulante, encharcada de tóxicos vários para suportar as frustrações.
O senhor conta com você, de modo particular, porque, quando você decidir-se a educar e amar, instruir e orientar com firmeza e disposição, o mundo mudar-se-á para melhor. Assimilará a luz que jorra do Infinito por meio da sua situação.
Não se esqueça disso, mulher, e proponha-se, desde hoje, clarificada pela excelsa inspiração do Mais alto, a conduzir os seus filhos renovados, para o regaço do verdadeiro Pai, o Pai de todos nós.
Terá você, então, cumprido o seu papel.
Será você, desde aí, muitíssimo feliz.
Fonte: Livro “VEREDA FAMILIAR”. – Pelo Espírito de Thereza de Brito – Médium J. Raul Teixeira. – 1ª. Edição. – Editora Frater Livros Espíritas ltda. – Niterói, RJ, - 1991.
RHEDAM. (rhedam@gmail.com)
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