César
Lombroso
(1836 - 1909)
Lombroso foi um dos maiores médicos criminalistas do
século passado. Nasceu em Verona no dia 18 de novembro. Graduou-se em Medicina
em Pavia, em 1858, onde recebeu grande influência do anatomista Panizza. Um ano
depois de graduar-se em medicina obtém o diploma de cirurgia em Gênova. Aprimou
seus conhecimentos em Viena com o clínico Skoda, e em Pádua com o médico Paolo
Marzolo, cuja formação positivista haveria de exercer uma profunda influência
sobre ele.
Aos vinte anos,
com "A Loucura de Cardano", Lombroso já delineia os assuntos que vão
torná-lo famoso: o contraste entre o gênio do homem e as teorias sobre a
natureza degenerativa. Como oficial-médico escreve, em 1859, "Memória
sobre as Feridas e as Amputações por Armas de Fogo", ainda hoje considerado
um dos trabalhos mais originais da literatura médica italiana. A seguir é
atraído, na Calábria, pelos problemas antropológicos e étnicos da região.
Em 1862, em
Pavia, inicia um curso de psiquiatria e no ano seguinte transforma-o em curso
de "clínica das doenças mentais e de antropologia". Suas freqüentes
visitas ao hospital de doentes mentais, onde assiste gratuitamente pacientes,
permitem-lhe aprofundar o estudo das relações entre gênio e neurose. "As
idéias dos maiores pensadores arrebentam de improviso, desenrolam-se
involuntariamente como os atos compulsivos dos maníacos", escreveu. No
Congresso Internacional de Antropologia realizado em Milão, várias críticas
foram levantadas contra a posição de Lombroso, mas foi reconhecido o seu
pioneirismo na terapia com os doentes mentais: abrandamento racional do
tratamento (até então intolerante), introdução de trabalho manual, conversações
com gente de fora, diversões coletivas, diários escritos e impressos pelos
próprios pacientes. Era um método novo, hoje empregado pela psicoterapia.
Em 1864,
Lombroso ficou internacionalmente conhecido graças ao seu comentadíssimo livro
"Gênio e Loucura", traduzido em vários idiomas e que exerce
influência até hoje. Em 1867, escreve "Ações dos Astros e dos Cometas
sobre a Mente Humana" e no ano seguinte "Relações entre a Idade, as
Posições da Lua e os Acessos das Alienações Mentais", trabalhos recebidos
com muitas reservas pelos demais cientistas do ramo. Psiquiatra e diretor do
manicômio de Pádua nos anos de 1871
a 1876, Lombroso coleta dados suficientes para suas teorias.
Do exame de centenas de doentes mentais e criminosos, ele chega à conclusão de
que o criminoso é formado por alguma tendência básica inerente ao seu destino,
e que as "sementes de uma natureza criminal" podem ser muitas vezes
identificadas na criança. Acreditava, ainda, que o meio social, aliado às
influências astrais, preparasse para a ação criminosa indivíduos cuja natureza
fosse anti-social. Em 1876, ele vence o concurso para a cátedra de Higiene e
Medicina Legal da Universidade de Turim e neste mesmo ano publica "O Homem
Delinqüente", obra muito discutida na época.
Em 1882, em seu
opúsculo "Estudo sobre o Hipnotismo", ele ridicularizava as manifestações
espíritas mas, convidado pelo prof. Morselli a estudar melhor o assunto, participou
de sessões com a médium Eusápia Palladino, convencendo-se da veracidade
incontestável dos fatos. As pesquisas que fez com essa médium encontram-se no
livro da sua autoria "Hipnotismo e Mediunidade".
As obras de César
Lombroso trouxeram-lhe fama, acenderam polêmicas e influenciaram muitos
legisladores e escritores. Quando vai a Moscou, é em 1897, como participante do
Congresso Psiquiátrico, conhece Tolstói, que sabia muito bem das suas idéias
acerca do gênio e da loucura. Escritores como Emile Zola e Anatole France
também sofreram sua influência. Entre os médicos, merece destaque Kraepelin, um
dos maiores classificadores de doenças mentais, que sob a influência de
Lombroso escreve acerca da abolição das penas. Legisladores de muitos países,
inspirados em suas obras, propõem reformas das leis penais.
Lombroso, sempre
fiel ao método experimental, legou aos espíritas um excelente acervo de
esclarecimentos sobre a mediunidade e o vasto campo fenomenológico. Homem profundamente
honesto defendeu a veracidade do Espiritismo até a sua morte, noticiada com
destaque em todo mundo, no dia 19 de outubro de 1909.
Era o final da
missão, que no seu caso, iniciada pelo avesso, da posição de ridículo para a de
defensor sincero, haveria de fortalecer o movimento espírita pela sua própria
inclusão em meio a seus pesquisadores e defensores.
Deus tem muitos
caminhos para os homens. Para Lombroso, o caminho foi refazer o próprio caminho,
ou seja, sedimentar aquilo que ele, por desconhecimento da realidade agredira,
ao formular conceitos equivocados sobre o Espiritismo, retratando-se
intimamente e publicamente a posteriori através do imenso trabalho que
realizou.
Fonte: GRANDES
GIGANTES DA DOUTRINA ESPÍRITA. – INTERNET.
Rhedam. (mzgcar@gmail.com)
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