MÃOS PEQUENINAS.
Quando afagues teu filinho no
aconchego doméstico, não te esqueças das mãozinhas anônimas, esquecidas no
desamparo...
Flores rodopiando na ventania,
assemelham-se a estrelas perdidas na tempestade.
É todo um mar de sofrimento e
angústia que te rodeia...
Apura a visão para que o aflitivo
painel te não passe despercebido.
Mãos pequeninas de várias cores a se
debaterem nas sobras...
Chegaram à Terra como doces
promessas de alegria e lutam por sobreviver à procura do bem.
Pelo amor à criancinha que te
inspira a beleza do lar, acende o lume da bondade e não recuses socorro aos
braços minúsculos que te acenam da onda revolta, suplicando piedade e carinho.
Auxilia esses lírios humanos a se
desvencilharem do lodo das trevas para que se desenvolvam ao hálito da luz.
Dizes que a vida pede amor e esperas
um mundo melhor...
Não negues, assim, a tua migalha de
ternura aos anjos que choram no temporal.
Recolhe as mãozinhas enregeladas no
frio do desencanto e, ao calor de tua abnegação, ajuda-as a renascer para
existência, a fim de que possam esculturar o teu sonho de perfeição e grandeza,
no esplendor do amanhã...
Descerra as portas do coração aos
filinhos do berço torturado e protege-os confiante.
Recorda que, um dia, duas mãos
pequeninas, relegadas ao abandono numa estrebaria singela, eram as mãos de
Jesus, o Rei Divino, que ainda hoje, são o nosso refúgio de paz e a esperança
do mundo inteiro...
MEIMEI.
(Chico Xavier).
Fonte: Livro “Deus Aguarda” - MEIMEI - F. C. Xavier -
1. Edição - Editora GEEM - São Bernardo do Campo. SP - 1980.
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