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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

- MENSAGEM PARA MEDITAR. - N º. 260. - AS CINCO ALTERNATIVAS DA HUMANIDADE II. - I - DOUTRINA MATERIALISTA. - ALLAN KARDEC.

AS CINCO ALTERNATIVAS DA HUMANIDADE II.

            I - DOUTRINA MATERIALISTA.

A inteligência do homem é uma propriedade da matéria; nasce e morre com o organismo. O homem nada é antes, nem depois da vida corporal.
Conseqüências. Sendo o homem apenas matéria, os gozos materiais são as únicas coisas reais e desejáveis; as afeições morais carecem de futuro; os laços morais a morte os quebra sem remissão e para as misérias da vida não há compensação; o suicídio vem a ser o fim racional e lógico da existência, quando não se pode esperar atenuação para os sofrimentos; inútil qualquer constrangimento para vencer os maus pendores; viver cada um para si o melhor possível, enquanto aqui estiver; estupidez vexar-se e sacrificar o repouso, o bem-estar por causa de outros, isto é, por causa de seres que a seu turno serão aniquilados e que ninguém tornará a ver; deveres sociais sem fundamento, o bem e o mal meras convenções; por freio social unicamente a força material da lei civil.

NOTA — Não será talvez inútil lembrar aqui, aos nossos leitores, algumas passagens de um artigo que publicamos sobre o materialismo, na Revista de agosto de 1868.

“O materialismo, dizíamos, estadeando-se, como jamais o fizera em época nenhuma, apresentando-se como regulador supremo dos destinos morais da Humanidade, teve por efeito aterrorizar as massas pelas conseqüências inevitáveis das suas doutrinas com relação à ordem social. Por isso mesmo, provocou, em favor das idéias espiritualistas, enérgica reação, que lhe há de provar quão longe ele está de possuir simpatias tão gerais quanto supõe e que singularmente se ilude se espera impor um dia suas leis ao mundo.
“Certamente as crenças espiritualistas do passado não satisfazem a este século: já não estão ao nível intelectual da nossa geração; por muitos pontos, acham-se em contradição com os dados positivos da Ciência; deixam no espírito idéias incompatíveis com a necessidade do positivo que predomina na sociedade moderna; cometem, além disso, o erro de se imporem por meio da fé cega e de proscreverem o livre-exame; daí, sem nenhuma dúvida, o desenvolvimento da incredulidade na maioria das criaturas. É de toda a evidência que, se os homens fossem alimentados, desde a infância, com idéias de natureza a serem mais tarde confirmadas pela razão, não haveria incrédulos. Quantos, reconduzidos pelo Espiritismo à crença, nos hão dito: “Se sempre nos houvessem apresentado Deus, a alma e a vida futura de maneira racional, jamais houvéramos duvidado.”
         “Do fato de a um princípio dar-se má ou falsa aplicação, seguir-se-á que se deva rejeitá-lo? Ocorre com as coisas espirituais o que se verifica com a legislação e com todas as instituições sociais. Faz-se mister apropriá-las aos tempos, sob pena de sucumbirem. Mas, em vez de apresentar alguma coisa melhor que o velho espiritualismo, o materialismo preferiu suprimir tudo, o que o dispensava de pesquisar e lhe parecia mais cômodo àqueles a quem a idéia de Deus e do futuro importuna. Que se deveria pensar de um médico que, achando não ser bastante substancioso o regime de um convalescente, lhe prescrevesse não comer absolutamente nada?
“O que causa espanto na maioria dos materialistas da escola moderna é o espírito de intolerância levado aos últimos limites, quando ao mesmo tempo reclamam incessantemente o direito à liberdade de consciência!...
“...Há, neste momento, em certo partido, um levantar de broquéis contra as idéias espiritualistas em geral, nas quais, naturalmente, as do Espiritismo se acham envolvidas. O que esse partido quer não é um Deus melhor e mais justo, é o Deus matéria, menos embaraçoso, porque não se lhe tem de prestar contas. Ninguém contesta ao mencionado partido o direito de ter sua opinião, de discutir as opiniões contrárias; mas, o que não se lhe poderia conceder é a pretensão, singular, pelo menos, em homens que se dão como apóstolos da liberdade, de impedirem que os outros creiam a seu modo e discutam as doutrinas de que eles não partilham. Intolerância por intolerância, uma não vale mais do que a outra...”

                                                                                  ALLAN KARDEC.

            Fonte: O Livro “OBRAS PÓSTUMAS”, - Allan Kardec –27 a. Edição. –Instituto de Difusão Espírita , - Araras, SP. – Maio 2012.

                                   RHEDAM. (mzgcar@gmail.com)

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