APOIO FRATERNO.
O VÍCIO DE FUMAR E SUAS CONSEQUÊNCIAS FUTURAS VI.
Pergunta - Como
nos explica ríeis esse caráter obsessivo do fumo, que descreveis como um cérebro
ou um “senhor” que nos domina através do vício de fumar?
Ramatís — Quereis prova evidente da ação obsessiva do fumo? Refleti que o fumante
inveterado se pode resignar a passar longo tempo sem comer, e às vezes até sem
beber, mas descontrola-se e se desespera com a falta do cigarro! A falta de
satisfação desse vício deixa-o completamente angustiado, com o psiquismo em estado
de excitação incontrolável; o seu desejo é terrivelmente obsessivo: fumar! E essa
ação obsessiva e oculta, do tabaco, recrudesce à medida que o indivíduo se descuida
do seu comando psíquico após abrir as portas de sua vontade a tal hóspede
indesejável.
Pouco a pouco, o fumante já não mais se satisfaz com 10 ou 20 cigarros diariamente;
ele então aumenta a quantidade para 30, 40 ou mais, tornando-se cada vez mais
viciado, porém nunca saciado! Então procura diminuir a ação tóxica do fumo por
meio de filtros modernos, de piteiras especiais, ou se devota ao uso do
cachimbo elegante, iludido pela inofensividade do fumo cheiroso, manufaturado
ardilosamente, com fins comerciais, para disfarçar o seu efeito nocivo.
E assim o fumante cria em torno de si um ambiente ridículo que encheria
de inveja os velhos caciques mastigadores de tabaco!
Para atender à implacável exigência do “senhor” tabaco, o fumante gasta
uma parte das suas economias na aquisição de cigarros; comumente vive irritado devido
ao defeito do acendedor automático, que ora está com falta de combustível, ora
exige nova pedrinha de isqueiro. Quando fuma cachimbo, carrega ao sair de casa
estojo apropriado para a guarda do instrumento de holocausto ao deus tabaco,
mune-se de limpador de tubo do cachimbo, lata para fumo, ou então leva consigo
o cortador de charutos, a cigarreira incômoda ou um punhado de filtros de
piteira! Ante a perspectiva de uma viagem, de um piquenique ou de uma visita, o
que primeiro o preocupa é o fumo! Se ele faltar, não importarão sacrifícios,
pois, se preciso for, o fumante viajará até a cidade, perderá o almoço ou
subestimará a ceia nutritiva, mas de modo algum arriscar-se-á a ficar com falta
do inseparável aumentador do vício que o domina.
Submetendo-se passivamente a esse obsessor imponderável que lhe comanda
o psiquismo, ele suja de cinza as vestes, os tapetes, as toalhas e as roupas de
cama, deixando a sua marca nicotinizada pelos lugares onde perambula. De vez em
quando, corre a apagar um princípio de incêndio, cuja origem foi o descuido em
atirar o fósforo aceso, que caiu sobre a poltrona luxuosa, ou então, o toco de
cigarro caído sobre o tapete ou a toalha da mesa. Até a tapera deserdada o fogo
pode destruir, devido ao vício do fumo e ao uso do tição com que o sertanejo
acende o seu “caipira”.
Conforme asseguram as estatísticas das companhias de seguros, os incêndios
comprovam um terço de culpa dos fumantes inveterados. É indubitável que só pode
ser de natureza obsessiva esse hábito nefasto e que faz o fumante perder até o
senso lógico da prudência e pôr em perigo a sua própria vida.
O fumante que perde o seu controle mental na queima do fumo entre os lábios
displicentes já é um obsidiado malgrado se queira isentar o tabaco de qualquer
ofensividade. Quantos fumantes, à hora do repouso no eito amigo, se afligem ao verificar que lhes falta
o cigarro, a ponto de não trepidarem em enfrentar intempéries ou noites
avançadas para sair em busca do seu cérebro cruel! Mal lhes desce o café ao estômago
e o vício já lhes impõe o desejo de fumar; mal abandonam as cobertas do leito
para a costumeira higiene dental, e o maço de cigarros, da mesa de cabeceira, é
o primeiro objeto a passar-lhes para o bolso do pijama!
Fonte: Livro
FISIOLOGIA DA ALMA. – RAMATIS. – Psicografado pelo Médium HERCILIO MAES. – 15 ª
edição. – Editora do Conhecimento – Limeira, SP. – Ano 2010.
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