QUADRAS.
Ser
cego e nada ver
Na
triste noite escura,
E
ver depois a luz
Da
aurora de ventura;
Chorar
na escuridão
Em
dores mergulhado,
E
após o sofrimento
Ter
gozo ilimitado;
Sorver
dentro da treva
O
fel das amarguras,
Depois,
buscar o amor
Nas
lúcidas alturas;
É
possuir tesouros
De
paz, de vida e luz,
No
sacrossanto abrigo
Do
afeto de Jesus.
Casimiro Cunha
POETA vassourense, nasceu aos 14 de abril de 1880 e
desencarnou em 1914. Pobre, ao demais espírita confesso, não teve maior
projeção no cenáculo literário do seu tempo, mau grado à suavidade da sua musa
e inatos talentos literários. Há, na sua existência terrena, uma triste
particularidade a assinalar, qual a de haver perdido uma vista aos 14 anos, por
acidente, para de todo cegar da outra aos 16. Órfão de pai aos 7 anos, apenas
freqüentou escolas primárias. Era um espírito jovial e forte no infortúnio, que
ele sabia aproveitar no enobrecimento da sua fé. Se tivesse tido maior cultura,
atingiria as maiores culminâncias do firmamento literário.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
CÁRMEN CINIRA - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ - 1935.
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