MEDIUNIDADE E EVANGELHO.
MANIFESTAÇÕES INCONVENIENTES.
“25. Quando um Espírito inferior se manifesta, pode-se obrigá-lo a retirar-se?
Sim, não o escutando mais. Mas como quereis que se retire quando vos divertis com suas torpezas? Os Espíritos inferiores se prendem àqueles que os ouvem com complacência, como os tolos entre vós.” - (Cap. XXV – Segunda Parte – item 282)
Por manifestações inconvenientes, referimo-nos àquelas manifestações que ocorrem em locais e momentos inadequados.
Os Espíritos esclarecidos sabem aguardar o instante e o local apropriados para se manifestarem, respeitando a intimidade dos lares e a disciplina nos centros espíritas; os Espíritos ignorantes, não raro propositadamente, manifestam-se a qualquer hora e em qualquer lugar, valendo-se da invigilância dos médiuns de que se utilizam.
Consideremos inconvenientes as manifestações que acontecem durante a transmissão de passes (vibrações), nas reuniões de caráter público nos templos espíritas, durante a realização de cultos do Evangelho no lar, nos ambientes de trabalho profissional, nas ruas, nos encontros de jovem, nas aulas de evangelização infantil, nas visitas aos doentes nos hospitais...
Quando ocorre uma manifestação mediúnica imprevista ou inconveniente, é de bom alvitre que um doutrinador presente, agindo com presteza e com a discrição possíveis, convide o Espírito para se retirar, esperando o momento aconselhável para expressar-se como necessita.
Os médiuns já com algum conhecimento da doutrina sabem que não devem permitir a passividade quando o ambiente não seja propício; se o fazem carecem ser alertados para que o fato não se repita.
È muito comum que os médiuns em desenvolvimento, mormente no campo da mediunidade psicográfica, sintam impulsos para escrever a toda hora... Não raro interrompem o trabalho profissional ou a própria refeição para fazê-lo. Isto não deve acontecer. O Espírito, tanto quanto o médium, deve saber que o exercício mediúnico se fundamenta na disciplina.
É indispensável que o médium principalmente se controle, fazendo prevalecer a sua vontade sobre a vontade do Espírito; se ele cede sempre, pode acabar perdendo o equilíbrio, transformando o seu desenvolvimento mediúnico num caso de obsessão.
Não sejamos, todavia, tão rigorositas. O bom senso carece de prevalecer em tudo. Esporadicamente, um ou outro caso de manifestação imprevista de um Espírito pode ser “tolerado”. Às vezes, o fato está se dando com a permissão dos Benfeitores Espirituais, aproveitando-se, talvez, das condições favoráveis do momento... Normalmente, quando existe essa permissão, o Espírito que consegue romper o “bloqueio” e comunicar-se o faz por extrema necessidade sua ou das pessoas às quais se dirige. Pode ser para evitar um suicídio, para dar uma prova da sobrevivência, para “assustar” os descrentes...
Mas que não permaneça nenhuma dúvida: o local apropriado para exercer a mediunidade é no Centro Espírita e nas reuniões específicas, organizadas conforme as orientações básicas da Doutrina.
Médium que quer incorporar a todo instante, psicografar a toda hora, que vê e ouve os Espíritos a cada minuto, está sob evidente desequilíbrio e manda a caridade que ele seja alertado a respeito. Pode ser, inclusive, que haja necessidade de uma pausa momentânea em suas atividades mediúnicas, “saneando” o seu psiquismo, a fim de que, depois, ele as retome com mais discernimento e controle sobre as próprias emoções.
Infelizmente, a verdade é dura mas carece de ser dita: os médiuns acham que a partir do momento em que recebem a primeira comunicação já estão desenvolvidos... É como alguém que passasse a se considerar homem por ter alcançado a maioridade... Crendo-se assim desenvolvidos, eles próprios se dispensam de qualquer estudo do Espiritismo, acreditando que já chegaram onde muitos ainda estão se esforçando para chegar... É que, em geral, os médiuns, crendo que serão instruídos pelos Espíritos, não gostam de estudar. Mas é também por isto que muitas mediunidades não avançam além do primeiro passo dado.
Os Espíritos não tem o direito de ser inconvenientes em suas manifestações; quando o são, parcela dessa inconveniência deve ser tributada à invigilância é a indisciplina dos médiuns.
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6 o. Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
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