O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO
V.
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS.
FENÔMENOS
DE TRANSPORTE.
98 - Cont. n º. 1. – (...)
Em geral, os fatos do transporte são e ficarão excessivamente raros. Não tenho
necessidade de vos demonstrar porque são e serão menos freqüentes que os outros
fatos de tangibilidade; do que disse, vós mesmos deduzireis. Além de que, esses
fenômenos são de uma natureza tal que, não somente todos os médiuns não lhe são
próprios, mas todos os Espíritos, eles mesmos, não podem produzi-los. Com efeito,
é necessário que, entre o Espírito e o médium influenciado exista uma certa
afinidade, uma certa analogia, em uma palavra, uma certa semelhança que permita,
à parte expansível do fluído perispirítico (1) do encarnado, de se misturar, se
unir, se combinar com o Espírito que quer fazer um transporte. Essa fusão deve
ser tal que a força resultante se torne, por assim dizer, uma; ao igual de uma
corrente elétrica que, agindo sobre o carvão, produz um foco, uma claridade
única. Por que essa união, por que essa fusão? Direis. É que, para a produção
destes fenômenos é preciso que as propriedades essências do Espírito motor seja
aumentadas de algumas do mediunizado; issoporque o fluido vital, indispensável
para a produção de todos os fenômenos medianímicos, é apanágio exclusivo do
encarnado e, por conseqüência, o
Espírito operador está obrigado a dele se impregnar. Só então ele pode, por
intermédio de certas propriedades de vosso meio ambiente, desconhecidas para
vós, isolar, tornar invisíveis, e fazer mover certos objetos materiais, e mesmo
os próprios encarnados.
Não me é permitido, no momento, revelar essas
leis particulares que regem os gases e os fluidos que vos rodeiam; mas, antes
que os anos sejam decorridos, antes que uma existência do homem seja cumprida,
a explicação dessas leis e desses fenômenos vos será revelada, e vereis surgir,
e se produzir, uma nova variedade de médiuns, que cairão num esta cataléptico
particular, desde que seja medianimizados.
Vede de quantas dificuldades a
produção de transporte esta cercada; podeis concluir, muito logicamente, que os
fenômenos desta natureza são excessivamente raros como já disse, e com maior
razão, porque os Espíritos a eles se prestam muito pouco, uma vez que motiva,
de sua parte, um trabalho quase material, o que é um aborrecimento e uma fadiga
para eles. De outra parte ainda ocorre isto: é que muito, freqüentemente,
malgrado sua energia e sua vontade, o próprio estado do médium lhe opõe uma
barreira intransponível.
É, pois, evidente, e vosso
raciocínio o sanciona, não duvido disso, que os fatos tangíveis de pancadas, de
movimentos e de suspensão, são fenômenos simples, que se operam pela
concentração e dilatação de certos fluidos, e que podem ser provocados e
obtidos pela vontade e trabalho de médiuns que lhes estão aptos, quando nisso
são secundados por Espíritos amigos e benevolentes; ao passo que os fatos de
transportes são múltiplos, complexos, exigem um concurso de circunstâncias
especiais, não podem se operar senão por um só Espírito e um só médium, e
precisam, fora das necessidades da tangibilidade, de uma combinação toda
particular para isolar e tornar invisível o objeto ou os objetos que foram
motivo do transporte.
(1)
Vê-se
que, quando se trata de exprimir uma idéia nova, para a qual a língua não tem palavra,
os Espíritos sabem perfeitamente criar neologismos. Estas palavras,
eletromedianímica, perispirítico, não são nossas. Aqueles que nos criticaram
por termos criado as palavras Espírito, Espiritismo, e perispírito, que não
tinha suas análogas, poderão também fazer o mesmo processo aos Espíritos.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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