O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA
PARTE.
CAPÍTULO V.
FENÔMENOS
DE TRANSPORTE.
98 - Cont. n º. 2. – (...)
Todos vós, espíritas, compreendeis minhas explicações e vos rendeis conta
perfeitamente dessa concentração de fluidos especiais, para a locomoção e
tatilidade da matéria inerte; credes nisso, como credes nos fenômenos da
eletricidade e do magnetismo, com os quais os fatos medianímicos estão pleno de
analogia e são, por assim dizer, a consagração e o desenvolvimento. Quanto aos
incrédulos, e aos sábios piores do que os incrédulos, não vou procurar
convencê-los, não me ocupo deles; serão, um dia, convencidos pela força da
evidência, porque será preciso que se inclinem diante do testemunho unânime dos
fatos espíritas, como foram forçados a fazê-lo diante de tantos outros fatos
que haviam, de início repelido.
Para me resumir, se os fatos da tangibilidade são
freqüentes, os fatos de transporte são muito raros, porque suas condições são
muito difíceis; por conseqüência, nenhum médium pode dizer: A tal hora, em tal momento obterei um
transporte, porque, freqüentemente, o próprio Espírito se acha impedido de sua
obra. Devo acrescentar que estes fenômenos são duplamente difíceis em
público, porque aí, quase sempre, se encontram elementos energicamente
refratários que paralisam os esforços do Espírito e com maior razão, a ação do
médium. Tende, ao contrário, a certeza de que estes fenômenos se produzem,
quase sempre, em particular, espontaneamente, a miúdo com o desconhecimento do
médium e sem premeditação e enfim, muito raramente quando estes estão
prevenidos; de onde deveis concluir que há motivo legítimo de suspeita toda vez
que um médium se gaba de obtê-lo à vontade, ou seja, de comandar os Espíritos
como a servidores, o que é simplesmente absurdo. Tende, ainda, por regra geral,
que os fenômenos espíritas não são feitos para darem-se em espetáculo e para
divertir os curiosos. Se alguns Espíritos se prestam a essa espécie de cosa, só
pode ser para os fenômenos simples, e não para aqueles que, tais como o
transporte e outros semelhantes, exigem condições excepcionais.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do
Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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