MEDIUNIDADE
E EVANGELHO.
NO PRINCÍPIO E AGORA TAMBÉM.
“No
princípio, como se ignorasse a causa do fenômeno, se ainda indicado várias
precauções, depois reconhecidas como absolutamente inúteis; tal é, ainda, o
contato dos dedos mínimos das diferentes pessoas, de maneira a formar uma
cadeia não interrompida”. (Cap. II – Segunda Parte – item 62)
Não apenas no princípio mas
igualmente nos tempos atuais a falta de esclarecimento de seus próprios seguidores
tem sido o maior entrave á propagação da doutrina.
Muitos confrades vêem no Espiritismo
uma doutrina de “uso” pessoal e querem tocá-la ao seu modo. Consideram-se
“donos” de centros espíritas,isolam-se dos demais grupos, criticam o movimento
unificacionista e, se médiuns, não admitem qualquer tipo de “concorrência” em
seu campo de trabalho.
Por incrível que pareça, existem
muitos espíritas assim... acreditam saber mais do que os Benfeitores
Espirituais, sem, não raro, conhecer sequer as obras da Codificação. “Inventam”
fórmulas especiais de transmitir passes, centralizando em si todas as
atividades do grupo e aí de quem ouse discordar de suas opiniões.
Com as nossas observações, não
desejamos criticar nenhum companheiro de ideal que, às próprias expensas, funda
e mantém ativa instituição espírita, prestando imensos benefícios à comunidade.
Entretanto, em doutrina Espírita carecemos sempre de uma visão mais ampla das
coisas, a fim de que não nos equivoquemos quanto aos seus objetivos.
Não é porque sejamos servidores do
bem que podemos nos permitir certos desmandos, para que não corramos o risco de
ceifar com uma mão o que plantamos com a outra...
Por mais façamos na caridade, seja
na Terra ou no além, estejamos convencidos de que estaremos resgatando apenas
parcelas de nossos grandes débitos perante a Lei. Portanto, jamais nos sintamos
justificados em nossos erros.
Conforme esclareceu o Codificador,
uma reunião espírita deve ser a mais simples possível. Fórmula alguma
substituía boa intenção. Não há necessidades de preces especiais ou de
quaisquer outras providências “externas”; ou seja, o que mais conta é a
sinceridade de propósitos. O costume mantido por determinados grupos espíritas
de se separar os homens e as mulheres, destinando-lhes lugares diferentes na
assembléia, é inócuo. Como sem razão de ser é também o hábito de se retirar
relógio do pulso e anéis dos dedos, quando da transmissão do passe.
Escreveu Kardec no capítulo em
questão que, para a manifestação física das mesas girantes, “a presença de
metais, da seda nas vestes dos assistentes, os dias, as horas, a obscuridade ou
a luz, etc., são tão indiferentes com a chuva e bom tempo.” A rigor, até
destampar-se a garrafa d’água a ser fluidificada é desnecessário, porque a
matéria não constitui obstáculo intransponível para os Espíritos.
O apego a fórmulas e rituais numa
reunião que se intitule espírita é ainda herança do paganismo e, no fundo,
demonstra a predominância do “exterior” sobre o “interior” porque, abem da verdade, é muito mais fácil como disse
o Cristo, oferecer-se a Deus “sacrifícios materiais” do que o próprio
coração...
As chamadas “correntes mediúnicas”
também precisam ser melhor avaliadas. Se é fato que afinidade e a sintonia
entre os médiuns de um grupo estabelecem uma “força homogênea” e direcionada no
mesmo sentido, não é a crença de que o simples ajuntamento de médiuns em torno
de uma mesa possa conferir-lhe proteção, para que o trabalho se desenvolva
imune ao ataque das trevas... Os médiuns podem perfeitamente ficar fisicamente
distantes uns dos outros, desde que espiritualmente estejam próximos... As “correntes
mediúnicas” se formam a partir dos elos dos sentimentos e não da disposição das
cadeias ocupadas pelos medianeiros.
Existem”correntes mediúnicas” que
estão tão fracionadas, que são justamente elas que mais embaraçam o trabalho
dos Espíritos. Não raro, simples freqüentadores de uma sessão espírita colaboram mais do que
aqueles que permanecem á sua frente, com a responsabilidade da direção dos
trabalhos.
Ser médium não é privilégio e
dirigir ima instituição espírita é responsabilidade das mais sérias.
Fonte: Livro Mediunidade e Evangelho - Odilon
Fernandes (Espírito) Psicografado por Carlos A. Baccelli - 6o.
Edição - Editora Instituto de Difusão Espírita - Araras - SP – Janeiro/2008..
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