HUMILDADE SEM PRETENSÃO.
A humildade é
uma virtude singular nas hostes da Doutrina Espírita, principalmente quando ela
é intercalada com a função mediúnica, desde que não leve a marca da pretensão.
Convém que todos nós, encarnados e desencarnados, estudemos com mais interesse
os dons que Deus nos concedeu, para que possamos sentir na cidade da alma os
objetivos dos trabalhos mediúnicos, na sua extensão infinita do amor.
Notamos que, na
Terra, o anseio pelo alcance do céu é muito grande, sem que seja notado, pelos
que buscam os planos superiores, que esse ambiente se encontra bem mais perto
do que eles pensam: dentro das criaturas. No entanto, mesmo o céu existindo em
nós, ele pode nos parecer longínquo, se não encontrarmos os caminhos que nos
esperam sob a forma de vias de luz, que nos aprimoram e nos despertam em todas
as nossas qualidades espirituais.
Uma dessas
estradas que nos assegura o bem-estar e que nos dá segurança na senda da
verdade é a humildade, sem ambição, sem pretender o que ela pode gerar. Em
todos os casos, temos de esquecer sempre o eu, em benefício de todos os
semelhantes. Podemos chamar a verdadeira humildade de humildade cristã e,
dentro desta qualificação mais pura, procurar vivê-la em todas as suas nuances,
sem esperar os frutos porque, quando plantamos uma semente, não é necessário
ficarmos ansiosos pelo crescimento da árvore; disso se encarrega a natureza,
sob as bênçãos de Deus, nosso Pai e Senhor.
Estamos falando
de uma virtude extraordinária, capaz de elevar o homem às regiões sublimadas da
vida. No entanto, a vaidade pode deturpá-la, se a vigilância esquecer a
disciplina dos sentimentos.
O médium que
desconhece a humildade cristã está à beira de um abismo, sem o perceber. Está
se aproximando da morte na ilusão de vida, porque onde falta a modéstia, prolifera
o orgulho, a prepotência e a dureza de coração.
A Doutrina
Espírita está cada vez mais se agigantando; mas isso, por determinação dos
planos superiores. É, pois, um movimento de luz para espancar as trevas do
mundo e dos homens. Ela abrange todas as classes, nos seus fundamentos
religiosos, abraça todos os humildes, pela força da posição que ocupam, assiste
à classe média, na sua grandiosa filosofia e atinge com segurança a cúpula
intelectual, pela sua força científica. Torna-se um rio grande no mundo, senão
o próprio mar de idéias benfeitoras, onde todas as outras, por lei, haverão de
desaguar, fundindo seus empenhos para que surja um só Pastor e um só rebanho.
A doutrina dos Espíritos
não descobriu a mediunidade. Ela já estava descoberta e já era conhecida de
todos os povos do mundo, mas carecia de educação, na regência da disciplina.
Foi o que fez AIlan Kardec, buscando os recursos no Evangelho de Jesus, por
indução dos Espíritos superiores, para a formação de uma escola, onde os
médiuns pudessem compreender suas missões e cumprir seus deveres, como
instrumentos de luz para o bem-estar dos homens. Todavia, essa mesma doutrina é
progressiva. Por ordem superior, descem dos céus, constantemente, instruções
novas e aprimoradas, de acordo com o despertar dos próprios homens.
Essa
mesma humildade de que estamos falando e de que nos regozijamos, toma
proporções maiores e atinge o estado de pureza, de acordo com o ambiente
gerador. O cuidado que deves ter no cultivo da humildade é quando esse esforço
encontra o suposto direito dos homens de praticarem certos hábitos e
determinados vícios. E o perigo maior é quando o desculpismo forma sua área
favorecendo o erro. A chave da portada humildade verdadeira é a conduta reta
ou, pelo menos, o esforço constante dessa busca. Mas lembremo-nos de que nunca
fazemos esse trabalho sozinho. Dependemos dos outros, como os outros dependem
de nós. Somos uma grande corrente e os elos entrelaçados fornecem uns aos
outros a vida que, circulando, forma o céu, onde Deus fica visível para todos
os que manifestam esse amor.
O medianeiro
enfatuado dos seus poderes lança em torno de si uma atmosfera de dúvida,
comprometendo seu próprio ministério e se acomodando com as trevas. Quem
respira ar poluído, dificilmente encontra oxigênio puro. Estamos nos
aproximando do terceiro milênio, e devemos saudá-lo todos reformados em Cristo.
Esse é o nosso grande desejo: o desejo de estar bem com a nossa consciência, de
encontrar Deus, nos encontrando; de conhecera Cristo, conhecendo a nós mesmos.
Certamente que
pregamos a submissão, mas aquela alimentada pelo Evangelho, onde nunca falta o
equilíbrio de todas as atitudes enobrecedoras. E, para os médiuns, tornamos a
lembrar que devem cultivar a humildade sem pretensão. Que as suas mãos de almas
mansas se tornem luzes, onde os que sofrem achem guarida, os desesperados
sintam alegria e os tristes, esperanças no futuro da própria vida.
Livro:
“SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª
edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..
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