MEDIUNIDADE FORÇADA.
O Espírito, antes de reencarnar, traz consigo os dons mais ou menos aflorados desta ou daquela mediunidade, de acordo com a sua missão na Terra. Somos preparados no mundo espiritual para o desempenho do ministério mediúnico, e esses compromissos nos darão uma abertura muito grande se forem todos bem cumpridos na seqüência que os ensinos do Cristo nos orientam.
Nem sempre desempenhamos nosso papel de médium na urdidura dos compromissos com os benfeitores que nos assistem. Depois que nos envolvemos nos fluidos da carne, esquecemo-nos, ou nos fazemos de esquecidos, por nos ser exigido muito esforço e sacrifícios sem conta, no sentido de termos uma vida reta, na retidão dos próprios deveres.
Acontece que muitas criaturas que nasceram no mundo com determinada faculdade, a caminho de maior ascensão, rejeitam-na, forçando outras que ainda não possuem. Essa determinação é um desastre para a vida psíquica. É o que chamamos de mediunidade forçada, fato que ocorre com muitas pessoas. Ela traz um cunho de vaidade, por querer copiar um dom de que outros são portadores, na sua mais intensa simplicidade.
Todos nós possuímos todos os dons mediúnicos que conhecemos e outros mais que escapam aos nossos conhecimentos. Todavia, quando a missão marca determinada tarefa para desempenharmos e nos esquecemos disso, procurando outra que não nos cabe conduzir, sofremos as conseqüências desse desacerto. Tudo aquilo que não nos convém fazer e que fazemos acarreta violência da própria consciência, trazendo para os nossos caminhos muitos desenganos. Mediunidade forçada é estrada sem saída e ficamos sujeitos a não fazer o que poderíamos para o bem da coletividade.
Encontramos muitos médiuns que abandonaram suas missões mediúnicas, querendo ser mais do que deveriam, não se satisfazendo com a missão que lhes foi dada por misericórdia, no resgate de dívidas pretéritas e no aumento do celeiro do bem que deviam acumular no mundo da consciência. E no passarem a desejar ser o que não poderiam alcançar, perderam-se, por não encontrarem forças para suportar os problemas que sempre vêm ao encontro daqueles que acompanham Jesus.
Disse o Mestre:
Não é dado fardo pesado a ombros frágeis.
Não é dado, mas temos o livre arbítrio de fazer ou deixar de fazer o que nos foi entregue para realizar. E se nós mesmos aumentamos esse fardo, certamente que caímos no meio do caminho, por não suportarmos o peso da tarefa que escolhemos por vaidade. O orgulhoso é compelido à cegueira, e sempre falta em seu caminho uma companheira de grande valia que se chama humildade.
O médium que imagina, visualiza e começa a criar uma auto-admiração, não se lembrou de orar e vigiar. É levado pela falsa superioridade que desemboca na areia movediça. A vaidade orgulhosa faz-nos perder a sensibilidade, como nos desvia a audição e apaga a nossa visão de sorte a não sentirmos, não ouvirmos e não vermos os avisos de vigilância, que vêm de todos os lados.
Estamos conversando com todos os médiuns na mais pura fraternidade, sem a intenção de desanimar os companheiros, mas alertando-os para o cumprimento dos deveres.
Nada deves forçar no tocante ao que fazes. Devemos ter uma conduta reta em tudo o que fazemos, desde,a formação dos pensamentos, até as grandes realizações. E se queres avaliar melhor de que estamos falando, podes buscar exemplos na história de grandes personagens. Alguns, quando forçaram o que não deveriam ser, caíram por terra como folha seca na ventania. Todos nós somos instrumentos da vontade soberana do Senhor, que nos dirige a todos.
Humildade cristã é o que aconselhamos com mais segurança, para todas as fases dos nossos trabalhos. Quem desconhece a humildade, mesmo conhecendo a rota pelas estrelas, mesmo confiando nos aparelhos mais sofisticados feitos pelos homens, está sujeito a perder a direção do barco que o conduz pela vida.
Se nada devemos fazer forçados, muito menos o exercício da mediunidade. Sabemos que ela carece de desenvolvimento. No entanto, devemos crer que ela é faculdade que desabrocha como a flor ao beijo dos raios solares. Querer exercitar um dom que se encontra no fundo da consciência, esperando outras reencamações, como oportunidade para se expressar, é violentar a engrenagem da própria vida, a fazer da pessoa o que ela não pode ser.
Se não sabes e queres descobrir qual o teu dom aflorado, começa aprimorando-te intimamente, trabalha na caridade e procura amar do modo que ensinou Jesus, que tal dom irá crescendo e crescendo. Quem não percebe uma flor que se destaca em algum galho? Até as crianças observam. E serás feliz, portrilhar no caminho determinado por Deus, porque quem faz a vontade d'Ele, nunca contraria a consciência. Procura ser honesto contigo mesmo e justo com as tuas diretrizes.
Livro: “SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..
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