MEDIUNIDADE VAIDOSA.
O maior cuidado
que possas ter com tuas faculdades mediúnicas ainda será pouco, já que elas
estão sujeitas a diversos desvios, se não forem orientadas pelo mais puro senso
de honestidade e vibrantes num amor que ultrapasse todas as exigências.
A mediunidade
cheia de ostentação carrega consigo o ambiente pernicioso do engano e
alimenta-se sempre na fonte do desespero e da hipocrisia. O dom mediúnico é um
tesouro que não foi achado por acaso nos escaninhos da alma, mas conquistado,
passo a passo, nos duros processos da evolução do Espírito, onde as mãos de
Deus semearam os princípios vivos do amor. Cristo é o jardineiro desses bens
imperecíveis, que nos acompanham eternidade afora. É nesse entender que
declaramos que a mediunidade não precisa de subterfúgios, de acessórios, de
coisas perecíveis para a sua sustentação em todos os campos da vida imortal. O
que convém a esse exercício divino é a divina presença do amor, com todas as
suas divisões do bem.
Meu filho, se
estás desenvolvendo os teus talentos, não podes esquecer-te de que eles estão,
de certa forma, ligados às maiores sensibilidades da natureza divina e humana.
Estás mexendo em áreas onde a vida se irradia com grande expressão e é
necessário que os teus sentimentos sejam educados na escola do bom senso
evangélico. Se te dispuseste a caminhar com o Cristo, a princípio encontrarás
somente espinhos. Os inimigos te cercarão por todas as estradas e as ofensas
serão muitas, no sentido de fazer-te desistir das reformas que deverão
converter o teu proceder. São testes, testemunhos, que deverão passar como
marcas de Jesus em teu coração desejoso de melhorar e se engrandecer no
aprendizado.
A senda da
iniciação corresponde a fardos pesados que o aprendiz deve transportar com
coragem e fé. Muitos dos nossos companheiros, quando já estão no final das
provas, desistem, entregando-se às hostes do mal e deixando para depois a
caminhada nas estradas estreitas.
Deves ter
cuidado com a vaidade. Ela é sutil, nos caminhos do iniciado e, muito mais, no
iniciando. Mais ainda, ela tem o poder de transformação, para não ser
reconhecida como tal. Foge do alarde do que fazes de bom. Não há necessidade de
seres reconhecido como bom, como caridoso. A nossa obrigação dispensa toda
espécie de vangloria, principalmente a autovalorização. Nós somos o que somos e
nada mais. O presunçoso morre antes do tempo e é desmoralizado pelos seus
próprios enganos.
Todos somos
iguais perante Deus, e só Ele precisa saber o que fazemos com nossas
faculdades. O Todo Poderoso nos vê e nos escuta fora e dentro de nós, sem que O
percebamos. Fora, pelos processos do eter cósmico, que tudo registra e, dentro,
pela sensível câmara da consciência, onde fica bem guardado pela vigilância do
coração.
Conhecendo essas verdades, o que devemos
fazer da vida? Somente o que Jesus nos ensinou:
Amar
a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Estamos juntos com
os homens trabalhando há muito tempo, desejosos da restauração de todos nós,
encarnados e desencarnados.
Falamos dos perigos da mediunidade,
mostrando os caminhos que deves palmilhar, tirando esses convites de
experiências vividas. Mas também mostramos as glórias advindas delas, quando o
seu portador acompanha Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o preceptor divino que
não nos deixa perder os caminhos da felicidade.
O homem está
começando a sentir a luz. Não te é mostrado mais porque podes perder a visão,
diante da exuberância das claridades. A evolução é gradativa, como os degraus
de uma escada. Lembremo-nos de Paulo de Tarso, no deserto, reconsiderando as
nossas necessidades de caminhar passo a passo, para sentirmos um aprendizado
seguro.
A vida insiste
em nos ensinar, por milhares de meios e métodos variados, sem esmorecimento nem
cansaço e não deseja que violentemos os nossos próprios direitos. O período da
vaidade já passou; os aprendizes de Cristo não precisam mais dela, porque ela
tende a mudar as nossas intenções e a distorcer os nossos sentimentos.
Podes estar
conversando com alguém e exercitando a mediunidade da palavra, semeando na mente
de quem te ouve o que desejas. Mas e bom que penses que as sementes são de
responsabilidade do semeador, que colherá, com justiça, o devido plantio.
Se ainda não
aprendeste a conversar com amor, fala somente o necessário, porque a boca é uma
arma poderosa, mas pode ser uma força do bem incomparável, onde o Cristo poderá
estar presente em todas as modulações do verbo. E não te esqueças de banir do
teu trabalho mediúnico o agente corrosivo da vaidade.
Livro:
“SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª
edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..
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