APOIO FRATERNO.
O VÍCIO DE FUMAR E SUAS CONSEQUÊNCIAS FUTURAS XXVIII.
Pergunta - Para
que um fumante possa deixar aos poucos o vício do fumo quais as providências
preliminares que ele deve tomar para lograr o êxito desejado?
Ramatís - Já vos dissemos que o mais importante para isso é esclarecer a mente e
eliminar a idéia de que o cigarro possa causar prazer ou inspirar idéias. O fumante
deve-se lembrar de que, assim como não apreciaria ingerir coisas repugnantes,
também não deve sentir-se satisfeito em sugar fumaça acre e com ela encher os
pulmões, que não foram feitos para isso. Convém que ele examine, à luz da razão
severa e consciente, quais as vantagens de se fumar ou não fumar e o grau de
inteligência ou de estultícia da pessoa que absorve tóxicos, sem proveito.
Aquele que não se pode livrar imediatamente do tabaco deve fazer um planejamento
mental proveitoso, assim como o comando militar investiga as manhas e as
vulnerabilidades do seu adversário, para depois dominá-lo de modo seguro e
vencê-lo pela tenaz resistência. A vontade deve ser treinada constantemente sob
reflexões sensatas e inteligentes, a fim de, pouco a pouco, exercer a sua ação
modificadora no subconsciente e convencê-lo da realidade perniciosa do fumo.
Para o tabagista inveterado e incapaz de uma libertação imediata do vício, não
há outro recurso senão o de manter um estado de alerta incessante e luta heróica
contra si mesmo. Há que conseguir viver com o cigarro no bolso, mas com força
suficiente para protelar a satisfação do vício, como se desejasse humilhá-lo antes
de atender-lhe à sugestão perniciosa. Muitas vezes atenderá até ao pedido de
“fogo” do companheiro viciado mas, embora sentindo despertar em si o desejo de
fumar, há que protelá-lo tanto quanto possível.
Malgrado o fato de o fumante ainda se ver obrigado a incinerar
cigarros, já o deve fazer vigiando a extensão do vício e abandonando o cigarro bem
antes de se sentir satisfeito. Então a força de vontade, que até então estava
dominada pelo fumo, retorna aos poucos sob essa severa vigilância mental e
recuperação psíquica, assim como o adversário belicoso recua ante a ação tenaz
e vigorosa do general decidido. Junto de fumantes ou de odores de tabaco, o mais
acertado não é fugir por medo de ceder à aparente delícia e tentação do cigarro;
o importante será enfrentar a situação de modo calmo e vigilante, analisando sempre
a estultícia e o ridículo que existe na absorção da fumaça de ervas fétidas. Há
que se convencer de que as tabacarias são lugares onde se explora o bolso do
infeliz viciado do fumo, representando um comércio mais próprio dos velhos
bororós ou tupinambás, de costumes atrasados e entregues a vícios por vezes repelentes.
Naturalmente, cada criatura representa um temperamento e uma força psíquica
à parte, pelo qual não se pode preceituar para todos os fumantes um módulo de
libertação do vício do cigarro.
O próprio fumante deveria se sentir ferido em sua dignidade, ante a humilhação
de se deixar vencer tão facilmente por um vício tão detestável. O tabaco é o
cérebro indesejável que o domina a seu bel prazer, dirige-lhe a vontade e se
intromete em todos os seus atos cotidianos; suja-lhe os dedos, os dentes e as roupas,
lesa-lhe a dinâmica respiratória e intoxica-lhe o estômago e a circulação sanguínea,
obrigando-o ainda a gastos inúteis. Infelizmente, aquele que ainda não pode
exercer domínio sobre si mesmo ou recuperar-se de um vício tão pernicioso,
também não conseguirá livrar-se de outras investidas nocivas à sua integridade
psíquica. E, acima de tudo, não convém que o fumante esqueça a probabilidade de
se tornar uma detestável “piteira viva” de outros espíritos delinquentes do
Além, que espreitam continuamente toda a intimidade espiritual que se debilita
no vício do fumo. Além disso, é depois da morte que advêm as piores
consequências para o fumante, porque o desejo de fumar continua a atuar com
mais veemência no seu perispírito, causando-lhe a mais terrível angústia ante a
impossibilidade de satisfazer esse vício nocivo e tolo.
Fonte: Livro
FISIOLOGIA DA ALMA. – RAMATIS. – Psicografado pelo Médium HERCILIO MAES. – 15 ª
edição. – Editora do Conhecimento – Limeira, SP. – Ano 2010.
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