ADESTRAMENTO MEDIÚNICO.
A mediunidade é
uma flor, na árvore humana, configurando-se um dom depositado por Deus nos
segredos da vida. A flor, na árvore, é também um dom, avisando e mostrando as
belezas que o Senhor guarda nos reinos da Natureza. A flor é portadora de
perfume, que é uma essência da vida em movimento.
Entretanto,
podemos usar as fragrâncias mais próprias para o desequilíbrio, dentro de uma
perturbação a que os instintos possam chegar.
A faculdade
mediúnica desabrocha como a flor da esperança, a nos alegrar, porque, em si,
ela nos mostra que ninguém morre. A mediunidade, no entanto, quando não é
orientada para os caminhos do bom senso, pode turvar a vida e ser instrumento
de perturbação geral. Eis porque devemos falar do adestramento mediúnico,
necessário para o proveito das qualidades espirituais, que todos temos,
vibrando no coração da alma. Se podemos dizer que a mediunidade é a flor do
Espírito, podemos também afirmar que o Brasil é um jardim florido capaz de
perfumar o mundo inteiro.
A
responsabilidade de cada um e de todos, em conjunto, é muito grande, para que
se restabeleça, na Terra, a maior glória de todos os tempos: a glória da
caridade e do amor. Estão encarnados, e continuam a reencarnar, centenas de
Espíritos com a missão da mediunidade de maior evidência, para reviver as
mesmas lições do Cristo, noticiadas pelo Evangelho.
Assim como todo
trabalho digno tem obstrução no começo, a mediunidade, com o nosso Divino
Mestre, já teve e continua a ter muitos obstáculos, para que venha a se firmar,
mais tarde, em valorosas experiências, com a vitória já idealizada e firmada no
tempo e no espaço, pelo Cristo cósmico.
Os dons
mediúnicos estão ainda sendo experimentados, com o ajustamento de sentimentos e
qualidades, para que a luz venha a abastecer de puro amor a Terra e os homens,
de forma que a caridade mais elevada seja um dever de cada criatura e, .mais
que um dever, um prazer manifestado no coração de quem ama.
Os companheiros
que se reúnem nos serões evangélicos, procurando firmar as qualidades nobres,
para, em seguida, atraírem a nobreza espiritual, não podem esquecer a
vigilância constante, em todos os momentos da vida, nem o "orar e
vigiar", lembrado por Jesus a todos os Seus discípulos.
A mente dos que
seguem as qualificações da Boa Nova deve se ocupar com pensamentos elevados,
para que a boca sirva de instrumento de paz aos tribulados e de orientação
luminosa aos que permanecem nas trevas. Ela deve falar, com proveito, onde quer
que seja, sem esquecer da esperança, do incentivo do Bem e do exercício da caridade,
como um sol de vida.
O médium não
pode exercer suas faculdades sem o clima da harmonia que a disciplina imprime
no seu caráteç, No entanto, a ordem, com exagero, endurece ps sentimentos; o
policiamento, em demasia, tira toda a liberdade do vigiado. É comum observarmos
médiuns
em completo
desleixo das suas faculdades, com as portas todas abertas e a casa em abandono,
como também medianeiros fortes, fechando sistematicamente as portas, negando a
própria luz que os orienta. Os extremos são perigosos, em quaisquer
circunstâncias.
A exemplo do
Cristo, e como Seus verdadeiros seguidores, devemos buscar o povo, se
entendermos o "Sermão da Montanha". Jesus abriu as portas das escolas
de iniciação, que existiam em todo o mundo, com o equilíbrio correspondente às
necessidades humanas. Não deixou de limitar o que se deveria dizer às massas,
pedindo aos Seus discípulos para não jogarem pérolas aos porcos. As virtudes
celestiais brilham no meio dos extremos, conjugando o verbo divino e estendendo
a misericórdia através do amor, presente até no ar que respiramos, beneficiando
tanto o corpo, como a alma.
A mediunidade é,
pois, uma candeia que deve ser posta em cima da mesa, no momento em que a
claridade for útil, para que não sejam esperdiçadas as bênçãos de Deus.
Se a natureza
nos ensina lições de moderação, o Espírito, já brindado pela inteligência, como
primor de sua conquista, haverá de fazer o mesmo. Ensinamentos e que não faltam
em todas as manifestações da vida. A mediunidade, nos homens e nos Espíritos desencarnados,
está se aprimorando cada vez mais. O progresso é uma lei, pois outras leis
estimulam o progresso, e quem não deseja aceitar o próprio melhoramento, fica
às margens do caminho, até acordar para novas oportunidades.
As organizações
espiritistas que não se ajustarem, nas linhas educativas da doutrina dos
Espíritos, irão perder o sentido de ser e deixarão escapar, do seu organismo
doutrinário, a própria vida. O médium é como um galho que pode dar muitas
flores e propiciar, a muitos, o perfume da esperança e da saúde. No entanto, se
ele se apartar do tronco, que é o Evangelho educador, morre, sem saber que já
está morto. Toda escola, por bem aparelhada que seja, quando se esquece do
amor, passa a nada significar para a vida do estudante, porque o amor é a
essência da vida. Se tratas bem a quem te admira, estás apenas trocando
cortesias. Mas se amas a quem te odeia, proporcionas ao ofensor meios para
fazer o mesmo, e sais do dever para alcançar o plano da caridade.
Estamos
escrevendo este livro sem imposição alguma. Porém, se te interessarem os
conceitos nele expostos, observa, igualmente, as outras lições, porque em cada
uma delas há uma conversa diferente, que registra caminhos idênticos, para o
adestramento da mediunidade. A faculdade mediúnica, em harmonia com o universo,
pode fazer grandes coisas e revelar tantas outras, para a felicidade dos que
anseiam a paz. Todos, juntos, constituímos uma força maior e, quando nos
reunimos com Jesus, nunca somos vencidos, porque vencemos a nós mesmos.
A educação da
mediunidade pode começar no simples modo de falar aos outros, transmitindo
brandura e alegria, amor e caridade, em todos os atos da vida.
Que Deus e
Cristo Se façam mais presentes nesses momentos, por intermédio dos Espíritos
nobres.
Livro:
“SEGURANÇA MEDIÚNICA”, - MIRAMEZ., - Psicografado por João Nunes Maia, - 12 ª
edição, - Editora Fonte Viva, - BELO HORIZONTE, MG, - 1998..
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