PROFISSÃO
DE FÉ ESPÍRITA RACIOCINADA.
II — A ALMA
5.
As doutrinas materialistas são incompatíveis com a moral e subversivas da ordem
social.
Se, conforme pretendem os materialistas, o pensamento fosse segregado
pelo cérebro, como a bílis o é pelo fígado, seguir-se-ia que, morto o corpo, a
inteligência do homem e todas as suas qualidades morais recairiam no nada; que
os nossos parentes, os amigos e todos quantos houvessem tido a nossa afeição
estariam irremissivelmente perdidos; que o homem de gênio careceria de mérito,
pois que somente ao acaso da sua organização seria devedor das faculdades transcendentes
que revela; que entre o imbecil e o sábio apenas haveria a diferença de mais ou
menos substância cerebral.
As conseqüências dessa doutrina seriam que, nada podendo esperar
para depois desta vida, nenhum interesse teria o homem em fazer o bem; que
muito natural seria procurasse ele a maior soma possível de gozos, mesmo à custa
dos outros; que o sentimento mais racional seria o egoísmo; que aquele que
fosse persistentemente desgraçado na Terra, nada de melhor teria a fazer, do
que se matar, porquanto, destinado a mergulhar no nada, isso não lhe seria nem
pior, nem melhor, ao passo que de tal forma abreviaria seus sofrimentos.
A doutrina materialista é, pois, a sanção do egoísmo, origem de
todos os vícios; a negação da caridade — origem de todas as virtudes e base da
ordem social — e seria ainda, a justificação do suicídio.
ALLAN
KARDEC.
Fonte: O Livro “OBRAS PÓSTUMAS”, - Allan Kardec –27 a.
Edição. –Instituto de Difusão Espírita , - Araras, SP. – Maio 2012.
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