O LIVRO DOS MÉDIUNS.
SEGUNDA PARTE.
CAPÍTULO XVI.
MÉDIUNS ESPECIAIS.
• Aptidões especiais dos médiuns • Quadro sinóptico das diferentes espécies de médiuns.
186. Laboraria, pois, em erro quem, simplesmente por ter ao seu alcance um bom médium, ainda mesmo com a maior facilidade para escrever, entendesse de querer obter por ele boas comunicações de todos os gêneros. A primeira condição é, não há contestar, certificar-se a pessoa da fonte donde elas promanam, isto é, das qualidades do Espírito que as transmite; porém, não é menos necessário ter em vista as qualidades do instrumento oferecido ao Espírito. Cumpre, portanto, se estude a natureza do médium, como se estuda a do Espírito, porquanto são esses os dois elementos essenciais para a obtenção de um resultado satisfatório.
Um terceiro existe, que desempenha papel igualmente importante: é a intenção, o pensamento íntimo, o sentimento mais ou menos louvável de quem interroga. Isto facilmente se concebe. Para que uma comunicação seja boa,preciso é que proceda de um Espírito bom; para que esse bom Espírito a POSSA transmitir indispensável lhe é um bom instrumento; para que QUEIRA transmiti-la, necessário se faz que o fim visado lhe convenha. O Espírito, que lê o pensamento, julga se a questão que lhe propõem merece resposta séria e se a pessoa que lha dirige é digna de recebê-la.
A não ser assim, não perde seu tempo em lançar boas sementes em cima de pedras e é quando os Espíritos levianos e zombeteiros entram em ação, porque, pouco lhes importando a verdade, não a encaram de muito perto e se mostram geralmente pouco escrupulosos, quer quanto aos fins, quer quanto aos meios.
Vamos fazer um resumo dos principais gêneros de mediunidade, a fim de apresentarmos, por assim dizer, o quadro sinóptico de todas, compreendidas as que já descrevemos nos capítulos precedentes, indicando o número onde tratamos de cada uma com mais minúcias.
Grupamos as diferentes espécies de médiuns por analogia de causas e efeitos, sem que esta classificação algo tenha de absoluto. Algumas se encontram com facilidade; outras, ao contrário, são raras e excepcionais, o que teremos o cuidado de indicar. Estas últimas indicações foram todas feitas pelos Espíritos, que, aliás, reviram este quadro com particular cuidado e o completaram por meio de numerosas observações e novas categorias, de sorte que o dito quadro é, a bem dizer, obra deles. Mediante aspas, destacamos as suas observações textuais, sempre que nos pareceu conveniente assiná-las. São, na sua maioria, de Erasto e de Sócrates.
Fonte, “Livro dos Médiuns“, Allan Kardec, da 18º. edição, abril de 1991, do Instituto de Difusão Espírita de Araras, SP.
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