MENSAGEM
DE BEZERRA DE MENEZES.
RELEMBRANDO
BEZERRA DE MENEZES - II.
Autor :
Silvio Brito Soares.
Bezerra de Menezes era incapaz de ofender quem quer que
fosse, preferindo sofrer a fazer os outros sofrerem; suportava,
individualmente, todos os doestos, todas as críticas e comentários
desfavoráveis à sua pessoa, e até insultos horríveis, chegando ao ponto de
políticos despeitados, invejosos de seu prestígio no seio das massas populares
e também das elites, usarem de baixos expedientes, fazendo publicar, em jornais
inescrupulosos, desenhos nos quais esse homem de ilibada honestidade era
apresentado como salteador de estradas.
Era preciso, para tanto, possuir, como ele possuía, uma
fé viva, ativa e produtiva, que não descoroçoa com coisa alguma, que nada teme;
um amor fecundo, que espalha por toda a Terra a semente santa e a conduz a dar
bons frutos; e aqui está para nós a maior dificuldade – estar de posse de uma
abnegação completa, de um absoluto esquecimento das ofensas, de uma caridade do
coração e dos lábios, que não só perde como ainda esqueça que tenha havido
ofensa.
Não obstante sua mansuetude e espírito fraternista, por
excelência, pronta e decididamente saía à liça, como um leão, quando o
Espiritismo era atacado, disposto a fazer bater em retirada o atacante, com as
armas de sua inteligência, de sua dialética, de seus conhecimentos e de sua
indômita coragem. Nessas lutas, pouco se lhe dava que seus contendores
ocupassem altos postos na política ou na administração pública, que gozassem do
maior prestígio dos poderosos. Colocava acima dos interesses pesoais a defesa
do Espiritismo, desde que ela se fizesse necessária.
Bezerra de Menezes, que também usava o pseudônimo de Max,
foi um polemista no bom sentido, na melhor acepção da palavra, e discutia por
que era o Espiritismo frontalmente atacado pelos seus opositores. Suas
réplicas, porém, eram sempre vazadas em linguagem escorreita, embora candente
por vezes, porque a verdade fere quase sempre aqueles que defendem idéias e
concepções falsas, que honram a Deus com os lábios, ensinando doutrinas e
mandamentos humanos.
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