O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO
XXVIII.
COLETÂNEA DE PRECES ESPÍRITAS.
I –
Preces gerais
Oração
dominical – PAI NOSSO.
IV. Dá-nos o pão
de cada dia.
Dá-nos o alimento indispensável à sustentação das forças do corpo;
mas dá-nos também o alimento espiritual para o desenvolvimento do nosso
Espírito.
O bruto encontra a sua pastagem; o homem, porém, deve o sustento à
sua própria atividade e aos recursos da sua inteligência, porque o criaste
livre.
Tu lhe hás dito: “Tirarás da terra o alimento com o suor da tua
fronte.”
Desse modo, fizeste do trabalho, para ele, uma obrigação, a fim de
que exercitasse a inteligência na procura dos meios de prover às suas
necessidades e ao seu bem-estar, uns mediante o labor manual, outros pelo labor
intelectual. Sem o trabalho, ele se conservaria estacionário e não poderia aspirar
à felicidade dos Espíritos superiores.
Ajudas o homem de boa vontade que em ti confia, pelo que concerne ao
necessário; não, porém, àquele que se compraz na ociosidade e desejara tudo
obter sem esforço, nem àquele que busca o supérfluo. (Cap. XXV.)
Quantos e quantos sucumbem por culpa própria, pela sua incúria, pela
sua imprevidência, ou pela sua ambição e por não terem querido contentar-se com
o que lhes havias concedido! Esses são os artífices do seu infortúnio e carecem
do direito de queixar-se, pois que são punidos naquilo em que pecaram. No
entanto, nem a esses mesmos abandonas, porque és infinitamente misericordioso.
As mãos lhes estendes para socorrê-los, desde que, como o filho pródigo, se
voltem sinceramente para ti. (Cap. V, item 4.)
Antes de nos queixarmos da sorte, inquiramos de nós mesmos se ela não
é obra nossa. A cada desgraça que nos chegue, cuidemos de saber se não teria
estado em nossas mãos evitá-la. Consideremos também que Deus nos outorgou a
inteligência para nos tirar do lameiro, e que de nós depende o modo de a utilizarmos.
Pois que à lei do trabalho se acha submetido o homem na Terra, dá-nos
coragem e forças para obedecer a essa lei. Dá-nos também a prudência, a
previdência e a moderação, a fim de não perdermos o respectivo fruto.
Dá-nos, pois, Senhor, o pão de cada dia, isto é, os meios de
adquirirmos, pelo trabalho, as coisas necessárias à vida, porquanto ninguém tem
o direito de reclamar o supérfluo.
Se trabalhar nos é impossível, à tua divina Providência nos
confiamos.
Se está nos teus desígnios experimentar-nos pelas mais duras
provações,
malgrado
os nossos esforços, aceitamo-las como justa expiação das faltas que tenhamos
cometido nesta existência, ou noutra anterior, porquanto és justo. Sabemos que
não há penas imerecidas e que jamais castigas sem causas.
Preserva-nos, ó meu Deus, de invejar os que possuem o que não temos,
nem mesmo os que dispõem do supérfluo, ao passo que a nós nos falta o
necessário. Perdoa-lhes, se esquecem a lei de caridade e de amor do próximo,
que lhes ensinaste. (Cap. XVI, item 8.)
Afasta, igualmente, do nosso espírito a idéia de negar a tua
justiça, ao notarmos a prosperidade do mau e a desgraça que cai por vezes sobre
o homem de bem. Já sabemos, graças às novas luzes que te aprouve conceder-nos,
que a tua justiça se cumpre sempre e a ninguém excetua; que a prosperidade
material do mau é efêmera, como a sua existência corpórea, e que experimentará
terríveis reveses, ao passo que eterno será o júbilo daquele que sofre
resignado. (Cap. V, itens 7, 9, 12 e 18.)
Fonte: O Evangelho
Segundo o Espiritismo - Capítulo XXVIII. -Allan Kardec 3a.
Edição - Editora Petit - São Paulo, SP - 2000.
Nenhum comentário:
Postar um comentário