EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO.
CAPÍTULO VIII.
PECADO POR PENSAMENTO ADULTÉRIO
7. Esse princípio suscita naturalmente a seguinte
questão: Sofrem-se as
consequências de um pensamento mau, embora nenhum efeito produza?
Cumpre se faça aqui uma
importante distinção. À medida que avança na vida espiritual, a alma que
enveredou pelo mau caminho se esclarece e despoja pouco a pouco de suas
imperfeições, conforme a maior ou menor boa vontade que demonstre, em virtude
do seu livre-arbítrio. Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma;
mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau
pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se, porque ela o repele com
energia.
É indício de esforço por
apagar uma mancha. Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um
mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a
sua vitória.
Aquela que, ao contrário,
não tomou boas resoluções, procura ocasião de praticar o mau ato e, se não o
leva a efeito, não é por virtude da sua vontade, mas por falta de ensejo. É,
pois, tão culpada quanto o seria se o cometesse.
Em resumo, naquele que nem
sequer concebe a ideia do mal, já há progresso realizado; naquele a quem essa
ideia acode, mas que a repele, há progresso em vias de realizar-se; naquele,
finalmente, que pensa no mal e nesse pensamento se compraz, o mal ainda existe
na plenitude da sua força.
Num, o trabalho está feito;
no outro, está por fazer-se. Deus, que é justo, leva em conta todas essas
gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem. Verdadeira pureza. Mãos não lavadas.
Fonte: O
Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec – Tradução Guillon Ribeiro – 131
a. Edição - Editora FEB – Rio de Janeiro, RJ – janeiro 2013.
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