O SANTUÁRIO DE ISMAEL.
De
portas abertas, diante da paisagem escura em se agitam os viajores humanos, o
santuário de Ismael, no Brasil, reflete a luz da Boa Nova, em comunhão com as
fontes celestiais.
Da
região platina ao vale amazônico, traça caminhos sutis de redenção para o mundo
inteiro, no cultivo da árvore augusta do Evangelho, transplantada pelos
pomicultores do Alto, para o solo acolhedor de brasília esperança... Dia e
noite, o seu leque gigantesco de claridades sublimes varre o céu constelado,
descortinando ao Planeta o alvorecer da nova era.
Milhões
de almas lhe conhecem o manto protetor, desdobrando em nome de Jesus, no
apostolado regenerativo.
Onde
palpite o mínimo anseio de renovação interior, aí comparece a sua mensagem,
lenindo, reajustando, consolando, instruindo e reerguendo...
Sem
cartazes berrantes, usa o clarim do amor, despertando os que “morreram” em
pleno dia terrestre, operando milagres e disseminando bênçãos, na reestruturação
de destinos mil cada hora...
O
templo de Ismael, cujo coração pulsa, ditoso, na Federação Espírita Brasileira,
não conhece inimigo, onde é defrontado pela injúria, e sim irmãos ignorantes,
que se mostram credores de tolerância e esclarecimento. Não relaciona culpado,
onde a justiça enxerga criminosos e, sim, infelizes, carecentes de amparo e
colaboração. Não identifica perseguidores, onde a pedrada lhe surpreende os
serviços, e sim desventurados que se recomendam em concurso da prece. Não vê caluniadores,
onde sofre o assédio da malícia ou da ingratidão, e sim companheiros
intoxicados de personalismo destruidor, que se fazem dignos do mais amplo
silêncio. E, num vasto programa de compreensão evangélica, prossegue libertando
os espíritos emparedados no cárcere das sombras, amolecendo corações
petrificados no egoísmo, elevando o nível de autoconfiança naqueles que se
descobriram no âmago do despenhadeiro, distribuído alegria com os
desesperançados, esclarecendo os que cobram tributos à insensatez e à
ignorância, curando cegos e surdos sistemáticos, advertindo os que reprovam sem
compaixão, consolando os que restauram nos hospitais, reaquecendo as almas
congeladas ao vento frio do desânimo, limpando a veste de quantos se
precipitaram em antigos espojadouros de lama, eliminando a discórdia, educando
a liberdade, controlando paixões, preparando a infância e a juventude para a
dignidade do indivíduo e convidando criaturas de boa-vontade para o reino
espiritual do trabalho para com o Divino Mestre, em favor das crianças e dos
velhos, dos cansados e dos tristes, dos loucos e dos doentes, dos fracos e dos
fortes, dos justos e dos injustos, dos bons e dos maus.
Em
franco ministério do amor, ilumina as almas por dentro, descerrando-lhes o
caminho a seguir.
Aqui
revela o órfão desamparado, ali, mostra o enfermo infeliz, além, descortina o
quadro do sofrimento, ensinando a ciência da restauração e do auxílio, do
socorro e da solidariedade, através do próprio exemplo na renúncia com que se
consagra ao soerguimento e santificação da Humanidade.
Pela
obra que realiza não pede louvores.
Pelos
benefícios que espalha não lança o imposto do reconhecimento.
Confere
o bem pelo mal, e pela abençoada luz que acende, através do livro cristão, no
Lar Brasileiro de oito milhões e meio de quilômetros quadrados, não reclama
senão na possibilidade de continuar agindo e crescendo para servir a todos.
Ainda
assim, na legítima sementeira da fraternidade e da elevação, conduzindo o
estandarte da Era Nova pelas mãos abnegadas e valorosas dos obreiros fiéis que
o servem, o santuário divino não se furta à guerra fria das trevas, recebendo,
sem revolta, os golpes da maledicência e da suspeição, retribuído-os com
atendimento e com a bondade daqueles que nunca se cansam de ajudar progredir.
Grande
templo de Ismael! Perdoa os peregrinos, em desespero, que te atravessam os
pórticos sagrados sem alijar o barro das sandálias, auxilia a todos que ainda
te não podem compreender e, de antenas erguidas para a Espiritualidade
Superior, prosseguem para diante, estendendo a Boa Nova a todos os quadrantes
do mundo, sob o céu doce e claro do Brasil, em que resplandece, vitoriosa e
sublime, a estrelada mensagem da Cruz!...
IRMÃO
X. (Chico Xavier.)
(Mensagem
recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo (MG), em
20-8-1950 e transcrita do “Reformador” de outubro de 1950 e junho de 1972.)
Fonte: Revista - “O
REFORMADOR” - No. 1810 - Janeiro de 1980. - Edição FEB - Rio de Janeiro, RJ.
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