EVOLUÇÃO.
Se devassássemos os
labirintos
Dos eternos princípios
embrionários,
A cadeia de impulsos e
de instintos,
Rudimentos dos seres
planetários;
Tudo o que a poeira
cósmico elabora
Em sua atividade
interminável,
O anseio da vida, a onda
sonora,
Que percorrem o espaço
imensurável;
Veríamos o evolver dos
elementos,
Das origens às súbitas
asceses,
Transformando-se em luz,
em sentimentos,
No assombro prodígio das
esteses;
No profundo silêncio dos
intermes,
Inferiores e
rudimentares,
Nos rochedos, nas
plantas e nos vermes,
A mesma luz dos corpos
estelares!
É que, dos invisíveis
microcosmos,
Ao monólito enorme das
idades,
Tudo é clarão da
evolução do cosmos,
Imensidade nas
imensidades!
Nós já fomos os germes
doutras eras,
Enjaulados no cárcere
das lutas;
Viemos do princípio das
moneras,
Buscando as perfeições absolutas.
AUGUSTO
DOS ANJOS.
PARAIBANO. Nasceu em
1884 e desencarnou em 1914, na Cidade de Leopoldina, Minas. Era professor no
Colégio Pedro II. Inconfundível pela bizarria da técnica, bem como dos assuntos
de sua predileção, deixou um só livro – Eu – que foi, aliás, suficiente para
lhe dar personalidade original.
Fonte: PARNASO DE ALÉM - TÚMULO -
CÁRMEN CINIRA e outros autores - Chico Xavier- Editora FEB. Rio de Janeiro RJ -
1935.
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